Quarta feira da Décima Quinta Semana do Tempo Comum. A liturgia reserva este dia de hoje para celebrarmos a Festa da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. A cor litúrgica para esta solenidade é branca. A liturgia tem quatro cores distintas: vermelha, verde, roxa e branca. A cor branca é usada na Igreja Católica em celebrações de alegria, festa e vitória, como no Tempo Pascal e no Natal do Senhor, além das festas e memórias do Senhor (exceto as da Paixão), e de Nossa Senhora, Anjos e Santos não-mártires. É também usada nos sacramentos como batismo, matrimônio e ordenação diaconal e presbiteral. A cor branca simboliza a alegria, pureza, paz e também vitória. Noutro dia vi alguém nas redes digitais, chamando um determinado padre de “comunista”, só porque estava usando a estola de cor vermelha na celebração, numa clara demonstração de que não entende nada de liturgia.
Mas voltemos a Festa de hoje que é muito mais importante que a ignorância de quem não fez uma boa catequese. A devoção a Nossa Senhora do Carmo, teve início no século XII, quando um grupo de eremitas (pessoas que, através de um voto de penitência, habita lugares despovoados e/ou isolados) se formou próximo ao Monte Carmelo, na Palestina. O propósito destes eremitas era ter um ter estilo de vida simples e pobre, em respeito ao profeta Elias, que também havia se refugiado naquele monte. Através desta atitude destes religiosos, surge a Ordem dos Carmelitas, que além, de ter o profeta Elias, como referência patriarcal, também veneram a Virgem Maria, como a Bem Aventurada Virgem do Carmo. Na Festa da Mãe que celebramos hoje, possamos repetir com Santa Teresinha: “Na provação ou na dificuldade recorro à Mãe Maria, cujo olhar basta para dissipar todo o medo”.
Segundo os místicos da história da Igreja, o coração deve ser o centro das decisões que tomamos na vida. E ao pensar assim, eles estão em sintonia com o povo semita, o povo da Bíblia. Para este povo, o coração é o centro de tudo. Para eles, o coração, especialmente no contexto hebraico, não é apenas um órgão físico, mas o centro da personalidade, da vontade e da inteligência. Na compreensão deles, é do “corde” que emanam os pensamentos, as emoções e as ações. Assim, segundo eles ninguém consegue fugir do seu coração. Desta forma, eles escutavam a voz que falava de dentro do coração e davam respaldo a ela, nas decisões que tomavam a partir de então. Escutemos a voz que emana de nosso coração, em sintonia com a vontade de Deus expressa nos textos bíblicos que lemos e meditamos.
O texto que a liturgia de hoje nos possibilita refletir é bastante específico: Jesus falando de sua família. Não daquela que todos conhecemos e que é a nossa principal referência na fé: Jesus, Maria e José. Neste sentido, o Mestre Galileu estende a sua linhagem familiar, dando uma amplitude para aqueles que podem ser assim chamados membros pertencentes à Família de Jesus. A pergunta clássica de Jesus, aparentemente deixa os seus sem entender o que Ele queria dizer, mas certamente compreenderam quando apresenta a resposta de sua indagação inicial: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos e disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. (Mt 12,48-50)
Este texto de Mateus salienta que a família de Jesus são os seus discípulos e todos aqueles e aquelas que se dispõem a segui-lo. Primeiro os discípulos e discípulas, que aprendem os ensinamentos de Jesus, para levá-los à outras pessoas. De certa maneira, eles trilham o caminho da vontade do Pai, isto é, a obediência à radicalização do Reino proposto por Jesus. Depois deles, todos aqueles e aquelas que fazem a opção radical pelo seguimento, buscando realizar a cada dia a vontade de Deus, expressa nos Evangelhos. Esta perícope de hoje aparece paralelamente no segundo Evangelho (Mc 3,31-35), com uma diferença básica: Marcos apresenta duas realidades complementares: enquanto a família segundo a carne está “fora”, a família segundo o compromisso de fé está “dentro”, ao redor de Jesus. Entretanto em ambos os Evangelhos, a verdadeira família de Jesus é formada por aqueles que realizam na própria vida a vontade de Deus, que consiste em dar continuidade a missão de Jesus.
Viver a vontade de Deus! Eis ai o nosso maior desafio na vivência cotidiana da fé. Como sabemos que estamos ou não fazendo esta vontade? Quais critérios deveremos utilizar, para dizer que estamos realizando esta vontade? Basta a leitura cotidiana da Palavra de Deus? Algumas pessoas até pensam que o fato de serem assíduas à celebração dominical, comungarem e rezarem o terço, as qualificam como pertencentes à família de Jesus. Entretanto, não basta cumprir preceitos, para fazer parte do grupo de Jesus. Neste quesito, os fariseus se qualificavam como exímios seguidores do Deus do Templo, seguindo a Lei, ao pé da letra. Fazer parte da família de Jesus exige que abracemos o projeto do Reino e busquemos a cada dia a nossa conversão, dando respostas aos desafios que a Palavra de Deus nos apresenta. Lembrando sempre que a vontade de Deus só nos leva até onde a amorosidade e misericórdia d’Ele podem nos proteger. Nossa Senhora do Carmo: Rogai por nós!
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