Decimo Segundo Domingo do Tempo Comum. Etimologicamente, a palavra “domingo” vem do latim “dies dominica”, que tem também, por sua vez, uma raiz no grego moderno “Κυριακή”. Ambos traduzidos como: dia senhoril ou dia do Senhor. Não de qualquer senhor, mas do Senhor Ressuscitado. Naturalmente que todos os dias da semana são dias do Senhor, mas o primeiro dia da semana é o Domingo, porque foi neste dia que Jesus Ressuscitou, derrotando as forças da morte e tornando-se o Deus Salvador e o Senhor da vida, por obra e graça de Deus.
Conforme nos explica um dos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965), o Domingo é o dia da festa primordial, a Páscoa de Cristo: “Por tradição apostólica que tem sua origem do dia mesmo da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o Mistério Pascal, naquele que se chama justamente dia do Senhor ou Domingo. Neste dia, devem, pois os fiéis reunir-se em assembleia para ouvirem a Palavra de Deus e participarem da Eucaristia, e assim recordarem a paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os ‘gerou de novo pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma esperança viva’ (1Pd 1,3)” (Sacrosanctum Concilium nº. 106).
É especialmente no domingo que as nossas comunidades se reúnem para celebrar o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Celebrar este acontecimento importante na vida de Jesus é celebrar o nosso compromisso no seu seguimento, assumindo as causas do Reino de Deus. Ao fazermos opção por este seguimento, estaremos dando continuidade à missão de Jesus, de fazer acontecer no aqui e agora da história, uma nova sociedade, marcada pelas ações concretas de irmandade, solidariedade, onde a justiça seja a nossa medida. Sabemos que não encontraremos facilidade, já que o próprio Jesus não enganou os seus seguidores e seguidoras ao afirmar: “Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão dificuldades, mas tenham coragem; eu venci o mundo”. (Jo 16,33) O testemunho é marcado pelas lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois podemos contar com o amor do Pai.
Neste 12º Domingo do Tempo Comum, a liturgia retoma a leitura do Evangelho de Lucas, que é própria do Ano C. O texto recorda-nos Jesus se fazendo orante num lugar afastado, mas na companhia de seus discípulos. O relato de hoje faz parte dos momentos em que Jesus passou sua vida pública pela Galileia, uma região diversificada do antigo Reino de Israel, influenciada pelas culturas judaica, grega e romana. Localizada ao norte da Judeia e da Samaria. Galileia dos pagãos, lugar da luta e compromisso pela vida, o lugar dos excluídos e desprezados, o lugar do discipulado, o lugar no qual Jesus realizou os gestos concretos libertadores em favor da vida. Ali, Jesus realizou grande parte de sua identidade messiânica, anunciando o Reino de Deus, como o centro de sua mensagem: enchendo de utopia o coração daquela gente, como projeto de uma nova humanidade, centrada na vivência da fraternidade e marcada pela compaixão.
Estando ali, Jesus faz uma pergunta instigante aos seus discípulos: “Quem diz o povo que eu sou?” (Lc 9,18) A resposta vem de forma variada (Joao Batista, Elias, algum dos profetas), mostrando que o povão não havia compreendido ainda quem era, de fato, aquele Jesus. Todavia, Jesus direciona a sua pergunta ao discipulado, desta vez, querendo saber como eles o viam. A resposta de Pedro vem em forma de confissão: “O Cristo de Deus”. (Lc 9,20); em Mateus, “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. (Mt 16,16) Como este texto de hoje tem o seu paralelo nos demais evangelhos sinóticos, esta confissão de Pedro, está presente em Mateus 16,13-20 e Marcos 8,27-30. Ou seja, nesses três evangelhos sinóticos, a passagem descreve a revelação da identidade de Jesus como o Cristo, acompanhada do prenúncio de sua paixão, morte e ressurreição, além da exortação ao discipulado com a renúncia de si mesmo e a tomada da cruz.
Jesus ouve de Pedro, aquilo que só ficaria muito claro para eles, após a morte de Jesus, com a afirmação do centurião romano: “De fato, ele era mesmo Filho de Deus!” (Mt 27,54) A confissão de Pedro é a centralidade da identidade messiânica de Jesus. Todavia, a vivência desta identidade, pressupõe as exigências feitas por Jesus aos seus seguidores: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”. (Lc 9,23-24) Em outras palavras, não basta afirmar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a ideia que temos a respeito deste Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. É por este motivo que Jesus fala daquilo que estaria bem ali à sua frente: ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Entretanto, sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhá-lo em sua identidade messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer o mesmo caminho seu: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza. Quem é Jesus para você mesmo?
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