Sábado da Décima Nona Semana do Tempo Comum. Estamos galgando os primeiros passos, dando entrada na segunda quinzena deste mês de agosto. Enquanto lá fora, as temperaturas despencam, aqui para nós, as manhãs são bem mais agradáveis, com o frescor do nascer do dia. Aproveitei para rezar contemplando o sol nascendo no Tocantins, mais precisamente na Ilha do Bananal, exercitando o meu privilégio de morar no Mato Grosso e ver o sol nascer no estado vizinho. Parafraseando Ariano Suassuna, Indescritível a “belezura” que cada amanhecer nos proporciona aqui no Araguaia. Confesso que nada é mais inspirador do que um amanhecer silencioso como este, que nos fala diretamente ao coração, oportunizando-nos a chance de recomeçar a cada dia.
Baixando em mim o espírito do profeta Amós, que disse: “não sou profeta nem filho de profeta” (Amós 7,14), posso afirmar que “não sou filósofo e nem filho de filósofo”, mas como estudante de filosofia que felizmente fui, posso comemorar hoje o dia do filósofo. É que no dia 16 de agosto, é comemorado o Dia do Filósofo. Esta data homenageia os profissionais dedicados aos estudos da filosofia. Esta é uma área do conhecimento que estuda temas relacionados às reflexões sobre a existência humana, a natureza, o Universo, e também dos valores éticos e morais, da política, religião, entre tantos outros assuntos inerentes ao pensamento filosófico. Entre os principais nomes da filosofia, podemos destacar Aristóteles, Platão e Sócrates, sendo este último considerado o “pai da filosofia ocidental”. Para este dia, que possamos adotar como prática diária, uma das falas de Aristóteles: “O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz”.
“Erga a voz em favor dos que não podem defender-se; seja o defensor de todos os desamparados. Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e indefesos”. (Prov 31,8-9) Esta citação extraída do Livro de Provérbios, tem tudo a ver com o texto proposto pela liturgia, que estamos refletindo neste sábado. Pertencente a Literatura Sapiencial, Provérbios são ensinamentos deduzidos da experiência que o povo tem da vida, e sua finalidade é instruir, esclarecendo situações desafiadoras e fornecendo orientações para a vida humana, como as setas de uma estrada a ser caminhada. A maioria dos ensinamentos que o livro traz, nasceram da experiência popular, que foi depois coletada e editada por sábios profissionais, desde o tempo de Salomão (950 a.C.) até dois séculos depois do exílio (400 a.C.).
Voltando ao contexto litúrgico de hoje, a passagem narrada por Mateus trata-se das crianças que foram trazidas até Jesus, para que Ele as tocasse, impondo as mãos sobre elas. A perícope de hoje de Mateus, aparece também no Evangelho de Marcos 10,13-16. Recordando que, naquele contexto sócio histórico, as crianças eram vistas de maneira diferente. Na tradição religiosa daquele tempo, havia uma divisão social explícita: de um lado os publicanos, considerados pecadores, da parte do mal, ímpios e impuros, de outro, os que se consideravam justos, abençoados, piedosos e puros, “gente de bem”, que eram dispensados de qualquer esforço de conversão. Dentre os considerados da parte do mal, amaldiçoados, estavam as mulheres e as crianças, consideradas “pessoas impuras”. Tocar nelas significava contrair impureza.
É com esta situação que Jesus se depara, inclusive com a atitude de rejeição dos discípulos que, preocupados em manter a “ordem”, seguindo as “normas e leis” defendidas pela tradição religiosa, tentam afastar as crianças que desejam conhecer, tocar e estar com Jesus. Contrariando toda esta lógica perversa da tradição, com os discípulos se deixando influenciarem-se, Jesus lhes diz: “Deixai as crianças, e não as proibais de virem a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. (Mt 19,14) Jesus, fiel a amorosidade, acolhida e compaixão de Deus (“Abba”, “pai” em aramaico, uma forma mais íntima e afetuosa de se referir ao pai, como “papai”, papaizinho, painho), acolhe, toca, abraça, os inclui e os faz participantes, em vez de empurrar, agredir, excluir, rejeitar, sem medo de ser considerado um impuro e amaldiçoado, pela “tradição”, pelo simples fato de com elas ali estar.
As crianças, os cobradores de impostos, as prostitutas, os estrangeiros, os doentes, os pagãos, as mulheres, entrarão no Reino de Deus antes dos líderes religiosos que não aceitaram o arrependimento, defendendo a cultura da tradição com a sua rejeição que marginaliza. No texto que Mateus nos apresenta hoje, as crianças servem de exemplo, não pela inocência ou pela perfeição ética ou moral. Elas são símbolo do ser humano fraco, sem pretensões sociais: é simples, não tem poder nem ambições. Principalmente na sociedade do tempo de Jesus, em que a criança não era valorizada, não tinha nenhuma significação social. A criança se torna assim o símbolo do pobre marginalizado, que está vazio de si mesmo, pronto para receber o Reino. O Reino é delas e, parecer-nos com elas, dá-nos a chance de também entrarmos no Reino. “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”. (Mt 11,25; Lc 10,21).
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