Domingo da Vigésima Semana do Tempo Comum. Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria. A cor litúrgica é branca, que simboliza alegria, pureza, ressurreição e vitória. Esta cor é usada em tempos festivos, como no Tempo Pascal e no Natal, e também nas celebrações do Senhor (exceto as da Paixão), de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos não mártires. Assim, estamos num domingo festivo, pois temos a oportunidade de enaltecer a pessoa de Maria na historia da caminhada cristã. E aqui não vamos fazer alusão aos dogmas marianos, definidos pela Igreja Católica sobre Maria, que se dividem em quatro: a Maternidade Divina, a Virgindade Perpétua, a Imaculada Conceição e a Assunção, que é a festa de hoje. Vou me ater à visitação de Maria à sua prima Isabel.
O texto de Lucas, que a liturgia nos propõe refletir no dia de hoje, inicia-se com uma afirmação: “Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia”. (Lc 1,39) A viagem de Maria, para visitar sua prima Isabel, é um evento significativo na narrativa bíblica, conhecido como a “Visitação”. Coube apenas ao evangelista Lucas fazer esta narrativa. Acontece, dias após, Maria receber o anúncio do anjo Gabriel. Ela que morava em Nazaré, que fica mais ao norte de Israel, vai estar com Isabel, que vivia na área mais central do país, nas montanhas de Judá. Segundo os estudiosos, a cidade que Isabel vivia era chamada Ain Karin, muito embora não haja uma especificação exata nos Evangelhos.
Atendendo a mensagem do anjo, que diz “Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice” (Lc 1, 36), Maria partiu para visitar sua prima, que também estava grávida. A distância entre Nazaré e Ain Karim, era de aproximadamente 150 quilômetros, de Nazaré (Galileia) até Ain Karim (Judeia). Certamente, tal viagem exigiu uma caminhada considerável, especialmente levando em conta que Maria estava grávida. É possível que esta viagem tenha durado cerca de 13 dias, considerando a ida e a volta. A preocupação primeira de Maria foi de cuidar de Isabel, já que, sendo uma idosa, e passando pela gravidez, necessitava de alguém que estivesse junto dela. Assim, a visita também foi uma demonstração de amor, humildade e serviço de Maria à prima, que precisava de ajuda naquele momento especial.
O encontro de duas mulheres especiais. Duas grandes mulheres, pois ambas trazem em seus ventres aqueles que iriam revolucionar a história da humanidade: João Batista, o Precursor, e o Messias, Verbo de Deus encarnado, como nos dirá o evangelista São João. Um encontro teológico entre duas gerações, estabelecendo a fronteira entre o Primeiro e o Segundo Testamento: uma anciã, que graças ao mistério divino, engravida e se torna apta a dar a luz, mesmo sendo estéreo; e uma jovenzinha, escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus e de toda a humanidade. Este encontro é marcado por um reconhecimento mútuo da ação de Deus e pela exaltação da graça divina, através dos cânticos da saudação de Isabel e das palavras orantes de Maria em seu Magnificat, o “Cântico da Esperança”, no dizer do Papa Francisco.
Maria é a serva do Senhor! Maria é a morada de Deus em pessoa! Toda mulher traz em seu ventre este dom maior de Deus, de gerarem em seus ventres, a vida. O sopro da vida humana perpassa cada uma das artérias do ser feminino. Uma dádiva concedida pelo próprio Deus, Criador de tudo e de todos, permitindo ao ser feminino, ser coatoras da vida, contribuindo diretamente com o projeto criacional de Deus. Também por este motivo, a mulher precisa ser muito respeitada, já que sem elas, não aconteceria a salvação e libertação da humanidade. Deus fazendo questão de escrever a sua história, tendo como protagonista o ser feminino, principalmente num contexto histórico, em que a tradição judaica, preconizava o ser masculino como protagonista, subjugado a mulher a um ser inferior e enaltecendo o patriarcado cultural machista.
O texto que nos é apresentado neste domingo é belíssimo. Uma obra de arte que Lucas relatou de forma brilhante. Somente o Espirito Santo poderia colocar na boca destas duas mulheres, palavras tão assertivas e especiais. Ainda no seio de sua mãe, o menino Batista, recebe o Espírito prometido (Lc 1,15) e reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mamãe Isabel. O cântico de Maria, então é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Teologicamente, a promessa feita por Deus, se concretizando no encontro de duas gerações. Deus assumindo na história, o partido dos pobres, e realizando a transformação desta história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história. No Cântico de Maria, no dizer o Papa Francisco, “a Virgem Maria profetiza: profetiza que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o serviço, a humildade e o amor”. Bem fez o Concílio Vaticano II (1962-1965), que através da sua “Constituição Dogmática Lumen Gentium”, (L. G., nºs. 52-54), reconheceu Maria como Mãe de Deus e Mãe do Redentor, enfatizando seu papel na história da salvação.
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