31º Domingo do Tempo Comum. Dia de celebrar os “Fieis Defuntos” e, por este motivo, a cor litúrgica é roxa. Dia de lembrarmo-nos das pessoas queridas, que fizeram parte da nossa vida e hoje, moram no “andar de cima”. A morte sempre representou um mistério para nós porque, embora seja uma certeza para todos, o que acontece após a vida física é desconhecido e incerto. Essa incerteza leva a diversas interpretações em diferentes culturas, religiões e filosofias, que buscam explicar o que acontece com a consciência, e se existe vida após a morte. Ela sempre nos pega de surpresa, entretanto, para o cristianismo, a morte é um sinal de esperança, como Paulo assim demonstra em uma de suas cartas: “Não queremos que vocês ignorem coisa alguma a respeito dos mortos, para não ficarem tristes como os outros que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, acreditamos também que aqueles que morreram em Jesus serão levados por Deus em sua companhia”. (1Ts 4,13-14)
Se ontem foi o dia de Todos os Santos e Santas, hoje temos a oportunidade de trazer presente entre nós, aqueles que se foram, conhecidos nossos ou não. Não como um dia de tristeza e nem lamúrias, mas um dia de recordação sadia, lembrando-nos da luz harmoniosa entre a justiça e a bondade de Deus Pai amoroso, faça com que o nosso coração tenha um sentimento de esperança relembrando dos que já se foram para junto do Pai. Nem tudo está perdido com a morte. Para os que acreditam, a ressurreição de Jesus é promessa e garantia da ressurreição de todos nós, que passarmos pela experiência da morte: ressuscitaremos e nos uniremos aos que ainda estiverem vivos, a fim de formarmos um só cortejo ao encontro do Pai amoroso, presente no Cristo ressuscitado.
O dia de hoje vem de uma longa tradição que nos remete ao cristianismo primitivo, que se desenvolveu sob as ruínas do Império Romano, que os cristãos rezavam por seus mortos, em especial pelos mártires, nos locais onde estes eram frequentemente enterrados: nas catacumbas subterrâneas da cidade de Roma. Todavia, a partir do século XII, essa data se popularizou em todo o mundo cristão medieval, como o Dia de Finados, e não apenas no meio clerical. Coube ao Papa Bento XV, em 1915, autorizar que os sacerdotes realizassem missas durante o Dia de Finados. Segundo alguns historiadores, acredita-se que a celebração do Dia de Finados tem relação com o “Samhain”, que é uma Celebração Celta, em que se acreditava que as barreiras entre o mundo dos vivos e mortos deixavam de existir.
Conforme o Lecionário Litúrgico os Evangelhos para o Dia de Finados podem variar, sendo que os mais comuns são o de Lucas 12,35-40, que estamos refletindo neste Ano C – sobre estar vigilante, preparado para a volta do Filho do Homem e João 14,1-6 – onde Jesus se apresenta como “o caminho, a verdade e a vida”, garantindo que irá preparar um lugar para Seus seguidores. Geralmente esta solenidade de hoje é realizada nos cemitérios (Campo Santo), em que muitas pessoas, que não participam da vida nas nossas comunidades, ali vão para rezar e acender velas para os entes queridos que ali se encontram sepultados. Aproveitei a data de hoje e fui rezar cedinho na companhia de nosso bispo Pedro, que está sepultado aqui perto de casa.
O convite feito por Jesus no texto de Lucas hoje é para ficarmos sempre atentos e vigilantes, pois não sabemos nem o dia e nem a hora que o Senhor virá: “Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar”. (Lc 12,37) Estar preparado não significa ficar acomodado, com a ideia de que Deus vai fazer no nosso lugar, mas estar sempre prontos a servir e dedicar a vida às causas do Reino. Lembrando, de antemão, que Deus não nos cria para a morte, mas para a vida plena. Não estamos condenados a nos perdermos no nada, terminando a nossa vida numa escuridão sem esperança nem sentido. Ao contrário, estamos destinados a encontrar-nos com Deus, a viver em comunhão plena com Ele, a desfrutar de uma vida nova e plena nos braços de um Pai misericordioso, que nos ama infinitamente. Assim, precisamos superar a ideia equivocada que temos de que “Deus nos castiga”. “Deus não castiga ninguém com fome. Quem castiga é um sistema que idolatra o lucro e crucifica os pobres”. (Leonardo Boff)
A vigilância se faz como o ser constitutivo essencial do cristianismo. Esperar sempre sem desanimar! Manter sempre viva a espera continuada da chegada imprevisível do Senhor. Esperar servindo, pois a comunidade cristã que serve, permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os que forem encontrados vigilantes e preparados serão abençoados e recompensados. Esta passagem lucana serve de aviso para nós, para que estejamos todos e todas, sempre preparados/as, pois o Filho do Homem virá em uma hora inesperada. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua morte e ressurreição, testemunhadas pelos discípulos, irá reunir todo o povo de Deus. Este momento será marcado como uma ocasião para os seguidores e seguidoras de Jesus, “levantarem a cabeça” com alegria, pois a redenção definitiva estará próxima.
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