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A VIOLÊNCIA NA DEVOÇÃO E NA ELEIÇÃO ENTRE OS FANÁTICOS. (Nelson Peixoto)

Um velho amigo, motorista dos ônibus de “Manaus de Antigamente”, cearense devoto de São Francisco, contou-me um caso interessante, devido à ligeireza do santo em evitar uma morte. Havia um fanatismo religioso de um certo devoto, que tomava uma dose de cachaça com amigos, enquanto pescava à beira do rio São Francisco, debaixo da ponte.
O Santo evitou uma tragédia entre eles. Era um forasteiro que chegava para ganhar dinheiro na festa da cidade e um devoto fanático e raivoso que esquecera o que rezava Francisco: “Onde há ódio que eu leve o amor e onde houver violência que eu leve a paz”.
Aconteceu nas bandas de Canindé do Ceará, logo após a ponte sobre o Rio São Francisco, que servia de parada para caminhões que saíam de Crato, CE, na direção e pertinho da cidade santa. O caminhoneiro levava mercadorias para vender na festa, inclusive, tinha uma carga de muitos quadros do santo, imagens, fitas e umas casinhas para cachorro, que eram de madeira, enfeitadas com uma janela e uma cruz na cumieira. Parecia até uma igrejinha para as crianças brincarem com seus pets e treinarem os dias de novenário, imitando os rezadores e padres com ladainhas em latim e orações ao “Padim Pe. Ciço”. Queria vender as casinhas para os donos dos cães que chegassem para receber a benção dos animais, na igreja. Alguns sonhavam em ver seus cães correndo livrerente na praia, bendizendo a água dos rios.
O caminhoneiro desceu pelo lado da ponte e foi ver se comprava uns peixes com os homens que estavam pescando e aproveitar para tomar uns goles de cachaça. Conversa vai e conversa vem, começou a insultar o santo dizendo que no último festejo não conseguiu vender muita coisa, porque o “santo não era de nada e que os milagres eram todos falsos. Não me importo com a devoção, quero é ganhar dinheiro com os tolos devotos do santo”.

Não deu outra. O devoto mais fanático, já um pouco alcoolizado, deixou o caniço, a garrafa de cachaça e foi buscar uma arma na casa dele, que ficava perto. Voltou com uma faca escondida na cintura e foi logo empurrando o caminhoneiro. “O que foi que você disse do meu São Francisco?

Pois bem, bastou essa pergunta para o homem empurrado “esfriar o espinhaço, engolir a saliva e tremer os olhos”, como disse meu confidente amigo ao contar essa história. Nesse instante, o caminhoneiro voltou atrás nas palavras e começou a elogiar São Francisco, dizendo até que tinha casal de filhos gêmeos, chamados France e Francisco. “Viu como eu sou devoto?”

Nesse momento, convidou o homem, da faca na cintura, para ir até ao caminhão. Antes de tirar a lona que cobria a carga, abriu a porta do carro e viu um quadro de S. Francisco, no banco do carona. Tomou um susto, pegou no quadro e beijando o santo, gritando “Milagre”.

O devoto do lugar, nesse momento, mostrou a faca e disse: “tu escapaste de morrer, e de ir para o inferno”. Vamos combinar nos encontrar depois da procissão, no dia da festa, aos pés do altar de São Francisco. Dito e feito, porém, os dois se encontraram em plena procissão para agradecer que ambos foram salvos, um de ser assassino e o outro de não ser a vítima do fanatismo religioso.
Contada esta história, meu idoso contador desta memoria, começou a filosofar e conversar sobre os candidatos das eleições que caíram nesse ano de 2024, há dois dias depois do dia de São Francisco. Fez a seguinte e sábia análise em sua simplicidade que eu concordei: “fanatismo político e briga por votos”. Confirmei que nessa campanha houve cadeiradas, tiros nos comícios, mentiras, tudo para tirar votos dos adversários. Esqueceram de ser a prática política um serviço pelo bem comum e o transformaram em negócio para concretizar as ambições de poder econômico e dar vantagens para os amigos do peito e do bolso.
Quais serão os critérios do nosso voto para Prefeito e Vereador?

Difícil nesse estágio civilizatório do nosso Estado Democrático de Direito?

Mas não dá para ficar sem votar e sem estudara verdadeira Política.

Luiz Cassio

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