Segunda feira da Vigésima Quarta Semana do Tempo Comum. Para este dia, a Liturgia Católica nos reserva a Memória da Bem-aventurada Virgem Maria das Dores. Lembrando que a devoção e as primeiras celebrações litúrgicas de Nossa Senhora das Dores surgiram no século XV, todavia, a festa foi fixada oficialmente em 15 de setembro pelo Papa Pio X em 1914. Esta data foi escolhida para ser um dia após a Festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos ontem. A memória litúrgica de hoje, de Nossa Senhora das Dores é um convite feito a cada um de nós, para reviver o momento decisivo na história da salvação e a venerar a Mãe de Deus e nossa, associada à Paixão do seu filho e, próxima d’Ele, levantada na cruz. A sua maternidade assume dimensões universais no Calvário.
Uma segunda feira em que iniciamos a semana de forma sonolenta, com uma ligeira tendência natural de uma “preguicinha” no corpo de todo ser vivente. A vida segue o seu curso normal, e a nossa missão para todo dia, é nos adaptarmos as circunstâncias da vida, procurando dar o melhor que podemos ser de nós mesmos. As angústias são muitas, principalmente se olharmos os cenários de guerra mundo afora, quando crianças e mulheres estão sendo barbaramente assassinadas, por um governo genocida de Israel, fazendo renascer em si a figura sanguinária dantesca de Adolf Hitler. Mas o que mais dói em meu coração, é ver brasileiros estendendo a bandeira de Israel, em nosso território nacional. Mediante este contexto, prefiro conservar em mim o espirito de resistência teimosa, a lá Pedro Casaldáliga, tentando viver em mim esta citação de Tiago: “Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam”. (Tg 1,12)
Maria, a mulher escolhida por Deus para consumar a vinda do Filho de Deus até nós. Uma mulher simples, pobre e guerreira da periferia de Nazaré, convidada a fazer parte do plano libertador de Deus para a humanidade. O seu ventre materno, acolheu Aquele que veio trazer Deus presente à nossa realidade humana, fazendo-se Deus-conosco, encarnando na historia da humanidade. Para chegar ao ápice da história da revelação de Deus, Maria passou por muitos percalços. Uma vida, onde a dores acompanharam a sua trajetória histórica, rumo ao sonho de Deus: as Profecias de Simeão (Lc 2, 34-35); a Fuga para o Egito, escapando da perseguição do rei Herodes. (Mt 2, 13-21); a perda do Menino Jesus no templo (Lc 2, 41-51); o encontro com Jesus a caminho do Calvário (Lc 23, 27-31); a morte de Jesus na Cruz (Jo 19, 25-27); Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mt 27, 55-61); o Sepultamento de Jesus (Lc 23, 55-56)
Estas são as Sete Dores de Maria, que os Evangelhos nos trazem, mostrando assim que a vida da Mãe, como de todas elas, não foi nada fácil. Um rosário de dor perpassou o coração da Mãe, mas mesmo assim, ela não se entregou e foi até o fim, depois do sim dado no inicio de seu caminho. Pelo menos é esta história dolorosa que fica registrada nos dois textos opcionais, escolhidos pela liturgia para a nossa reflexão no dia de hoje: (Jo 19,25-27 ou Lc 2,33-35) Os Evangelhos nos revelam que a Mãe de Jesus se faz a digna representante do povo da Antiga Aliança, que se conservou fiel às promessas feitas pelos profetas, na espera pelo salvador. Junto da Mãe está aquele discípulo fiel, o discípulo amado, que representa o novo povo de Deus, formado por todos aqueles e aquelas que fazem a sua a Jesus. Na relação mãe-filho, o evangelista São João mostra a unidade e continuação do povo de Deus, fiel à promessa e herdeiro da sua realização.
Maria é a mulher firme e corajosa que rompe e supera toda a tradição cultural da época, uma vez que naquele contexto histórico, as mulheres eram consideradas seres inferiores, e não gozavam de nenhum prestígio social, uma vez que eram marginalizadas, inclusive pelos religiosos de Jerusalém. Assumindo a sua missão de contribuir com o projeto salvador/libertador de Deus, Maria se torna a representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação, pois dela vai nascer Jesus Messias, o Filho de Deus. Tanto que o fato dela conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção divina de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova, nascendo no ventre de uma mulher pobre da periferia. Em Maria, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.
As dores de Maria são as dores de tantas outras Marias, presentes no meio de nós. Celebrar no dia de hoje a memória das dores da Mãe, devemos assumir com fé e coragem o compromisso com todas as outras Marias, que seguem sofrendo com suas dores do machismo estrutural, presente em nossa história; é assumir a luta contra o feminicídio, ceifando vidas de mulheres lutadoras, marcadas a ferro e fogo por machões desumanizados. Nas dores de Maria, Deus responde a esperança dos pobres e fortalece a luta daqueles e daquelas que não se deixam levar pela correnteza do ódio, da indiferença e da omissão, uma vez que a arma mais perigosa da violência é o silêncio daqueles que a tolera e se calam. Que saibamos acolher com fé as Dores de Maria, assim como as dores das tantas Marias, refletindo cada dia o que disse o versículo final do texto de hoje: “Esta é a tua mãe. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo”. (Jo 19, 27)
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