Reflexões Bíblicas

As mulheres na vida de Jesus (Chico Machado) nu

Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum. Para a tradição cristã, Domingo é o Dia do Senhor. Dia em que, de uma maneira especial, as comunidades celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. “Dia do Senhor” (Dies Domini). Este é o dia em que Jesus ressuscitou, e por isso é considerado um dia especial, de descanso e celebração da fé cristã. Foi no domingo, o primeiro dia da semana, que houve a ressurreição de Jesus, dando início a uma nova criação e a vitória sobre a morte. Este dia foi estabelecido desde os primeiros tempos do cristianismo, em memória da ressurreição de Jesus, e como um dia de reunião para a comunidade cristã. Além de ser um dia celebrativo, para lembrar a Ressurreição, o domingo também é visto como um dia de descanso, convivência em família e entre amigos, buscando assim uma conecção com Deus para fortalecer a fé.

Por falar em amigo, no dia 20 de julho é comemorado o “Dia do Amigo”. Uma data que lembra a importância das amizades na vida em sociedade. No Brasil existem várias datas com o objetivo de celebrar a amizade, um sentimento de fraternidade partilhado entre as pessoas. Oficialmente, 20 de julho é o Dia do Amigo e também Dia Internacional da Amizade. Comemorado em vários países do mundo, a data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro, que escolheu o dia da chegada do homem à Lua (1969), para mostrar como juntas, as pessoas são capazes de superar desafios. Todavia, para a Organização das Nações Unidas (ONU), a data proclamada para o Dia Internacional da Amizade é 30 de julho, com o intuito de inspirar a amizade entre os povos.

20 de julho é também uma data muito significativa para a decocção popular do povo brasileiro, sobretudo do Nordeste. Neste dia, acontecia, para a tristeza de muitos, a páscoa do Padre Cícero Romão Batista (1844-1934) Sacerdote e político brasileiro, conhecido na devoção popular como “Padim Ciço”, exerceu grande influência sobre a vida social, politica e religiosa do Ceará e do Nordeste como um todo. Foi sepultado na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Juazeiro do Norte, Ceará, tornando-se um lugar de romarias e visitação pública, de várias pessoas que têm neste homem, uma das referências para as suas devoções. Sobre a amizade, dizia o Padre Cícero: “Só na velhice, pelas sinceras provas de lealdade durante toda a vida da pessoa, é que se pode ter a convicção da verdadeira amizade.”

Amizades que também fazia parte da vida de Jesus. O Mestre Galileu também tinha seus amigos de confiança, inclusive amizades femininas. Várias mulheres faziam parte da vida de Jesus e estavam presentes junto de si, apesar de ser aquela, uma sociedade patriarcal machista e preconceituosa em relação às mulheres. As mulheres que seguiam Jesus são mencionadas em diversos trechos dos evangelhos, como Maria Madalena, Joana, Susana, Maria, mãe de Tiago e José, Salomé, entre outras mais. As mulheres acompanhavam Jesus, testemunhavam seus ensinamentos e sinais, e o auxiliavam com seus recursos. Sem nos esquecermos de que as mulheres foram as primeiras a testemunhar a ressurreição de Jesus e a anunciar a Boa Nova aos discípulos.

Hoje temos a oportunidade de ver esta relação de Jesus com elas, com o trecho escolhido pela liturgia para este domingo. Jesus está em Betânia na casa de Marta, Maria e Lázaro, apesar de que este último, não aparece no texto de hoje. No tempo de Jesus, Betânia era uma pequena vila localizada a cerca de 3 km de Jerusalém, na encosta oriental do Monte das Oliveiras. Era um lugar conhecido por abrigar a casa de Marta, Maria e Lázaro, amigos muito próximos de Jesus, e onde Ele frequentemente se hospedava e passava tempo com eles. A cidade de Betânia é também lembrada por eventos importantes do ministério de Jesus, como a ressurreição de Lázaro (Cf. Jo 11,1-44) e a unção de Jesus antes de sua crucificação (Cf. Mc 14,3,6,8-9).

Estando em casa destas amigas, duas reações diferentes acontecem. Marta está cuidando dos afazeres da casa e Maria fica na escuta de Jesus. Duas reações distintas, mas que não se opõem. O fazer as coisas na prática da fé pressupõe a escuta da Palavra. Não se trata apenas de escutar a Palavra, mas este escutar está intrinsecamente ligado ao fazer acontecer esta Palavra nas ações que desenvolvemos como consequência da nossa atitude de fé. É preciso parar para escutar o que Deus tem a nos dizer. Ter atitude de escuta atenta da Palavra. Saber reservar momentos para estarmos a sós com Deus, escutando o que Ele diz ao nosso coração. Neste corre-corre da vida, precisamos encontrar tempo e espaço para escutar Deus que fala pela sua Palavra e pelos sinais dos tempos, para que assim, possamos embasar a nossa fé, e fazer acontecer os nossos gestos concretos de vivência desta fé que professamos. Não se trata apenas de “fazer coisas”, mas fazê-las de modo novo. Para isso, é preciso ouvir a palavra de Jesus, que mostra o que fazer, como fazer e onde fazer.

Luiz Cassio

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