Extra Omnes e Ex-Seminaristas: A Nova Lógica da Acolhida Redentorista
Por: Pedro Luiz Dias
É notável a direção que a atual liderança da Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R.) tem tomado nos últimos anos. Inspirada pelos ensinamentos de Santo Afonso Maria de Ligório e da Beata Maria Celeste Crostarosa, a Congregação tem se voltado de forma mais intensa à missão de reunir e revitalizar todos os segmentos de fiéis que, em diferentes momentos de suas vidas, cruzaram os caminhos redentoristas.
Neste cenário, torna-se simbólica – e até providencial – a expressão “Extra omnes”, ouvida recentemente no contexto do conclave para eleição do novo Papa. No protocolo litúrgico, “extra omnes” é o chamado para que todos os que não fazem parte do colégio cardinalício deixem a Capela Sistina, dando início ao momento mais reservado da eleição. No entanto, esse mesmo termo pode ganhar um novo significado, mais inclusivo e pastoral, quando refletimos sobre os “ex-seminaristas” e até mesmo os chamados “ex-padres”, cuja condição ainda é motivo de debate teológico e canônico, uma vez que os votos sacerdotais carregam a marca do “para sempre”.
É justamente nessa fronteira entre o institucional e o existencial que a Congregação Redentorista parece propor uma nova leitura. Em vez de acentuar o “ex” como ruptura, ela opta por enxergar trajetórias interrompidas como parte do mesmo corpo espiritual, convocando para a comunhão aqueles que, por diferentes razões, seguiram outros rumos. A lógica pastoral deixa de ser excludente para se tornar restauradora, acolhendo, reunindo, compreendendo e energizando vidas que continuam marcadas pela espiritualidade alfonsiana.
Essa proposta se alinha a movimentos concretos e recentes dentro da própria Congregação, como a reunião mundial das Monjas Redentoristas realizada em Aparecida – SP, momento raro e profundamente simbólico de comunhão internacional. Monjas vindas de diversos continentes renovaram laços, partilharam vivências e reafirmaram sua fidelidade ao carisma redentorista. Paralelamente, oblatas e oblatos seguem firmes na missão, convivendo e colaborando ativamente com comunidades redentoristas, ombreados com os ensinamentos de Afonso e Maria Celeste, numa sinergia viva e comprometida.
Trata-se, portanto, de uma coragem eclesial que propõe o reencontro como forma de missão. Reencontro com a memória afetiva dos tempos de formação; com o chamado vocacional, mesmo que reconfigurado; com a espiritualidade que resiste ao tempo e às rupturas formais. Afinal, a essência da Redenção está exatamente aí: no resgate das sementes que jamais deixaram de germinar no coração dos que um dia ouviram o chamado e, de alguma forma, ainda o escutam.
Assim, “Extra omnes” não significa, aqui, um chamado para fora, mas para dentro – para dentro de uma nova consciência eclesial e comunitária, onde ninguém é descartado ou esquecido.
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