Terça feira da Décima Sexta Semana do Tempo Comum. A semana segue transcorrendo, ainda em clima de despedida das férias/recesso, já que boa parte das escolas/creches, voltam às suas atividades nesta semana. Por aqui, ainda teremos esta última semana de nossa temporada de praia, se bem que alguns já pegaram a estrada de volta, neste início de semana. Em outros tempos, tínhamos por aqui o Festival Araguaia da Canção. Como no meio musical, predomina a “sofrência”, não temos mais os festivais, com as músicas de boa qualidade. Os amantes da boa música, temos que ficar ouvindo este batuque, que eles insistem em chamar de música, infelizmente. Noel Rosa, Pixinguinha e Cartola devem revirar-se nos túmulos.
Como todos sabemos, o ano cronológico é formado por 365 dias, o que equivale a aproximadamente 52 semanas e 1 dia. Liturgicamente, o Tempo Comum deste ano de 2025 é constituído por 34 semanas. Neste período, a Igreja vive os ensinamentos concretos de Jesus. Em resumo, no Tempo Comum vivenciamos a vida pública de Jesus, seus ensinamentos e pregações, seus milagres e sinais no meio das multidões e dos pobres. É, ainda, o tempo de ver os sinais da Igreja, presentes já nas cartas apostólicas, nos escritos do Antigo Testamento e nos Evangelhos. No dia de hoje, por exemplo, a Primeira Leitura é extraída da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios (2Cor 5,14-17), em que o Apóstolo mostra que o Evangelho não é simples história de Jesus, e sim o anúncio de sua morte e ressurreição, que restaura a condição humana, vence a alienação causada pelo pecado e inaugura uma nova era.
Nova era marcada pelas coordenadas do amor gratuito e incondicional de Deus para com os seus. Sua amorosidade está presente nos corações daqueles que abraçam as causas do Reino, como o profeta Isaías já descrevia em seu tempo: “Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam”. (Is 40,31) Ali o profeta já mostrava que o mesmo Deus, infinitamente misericordioso que criou o mundo, é quem dá forças ao cansado e firmeza aos fracos: Ele sustenta todos aqueles e aquelas que n’Ele confiam. Confiar e se entregar, acreditando sempre que, o Deus que nos criou, tudo pode, fazendo de nós novas criaturas em seu amor. “Tudo posso naquele que me fortalece”. (Fil 4,13)
No dia de hoje 22 de julho, a Igreja celebra a Festa de Santa Maria Madalena. Foi o saudoso Papa Francisco, (3 meses de sua páscoa no dia de ontem), que estabeleceu a Memória Litúrgica de Maria Madalena, passando a ser Festa, a partir do dia 22 de julho de 2016, para ressaltar a importância desta discípula fiel de Jesus, que demonstrou grande amor por Ele e Ele por ela. Maria Madalena, mulher forte e destemida! A primeira pessoa a testemunhar a Ressurreição de Jesus o Cristo! Maria Madalena, uma fiel discípula da palavra de Deus e que, após ter conhecido Jesus, dedicou a sua vida em realizar os serviços de amor vividos e anunciados pelo Messias. Ela foi contemporânea de Jesus. Nasceu em Mágdala, uma cidade próspera na região da Galileia, localizada na costa noroeste do Mar da Galileia. Madalena foi perdoada publicamente por Jesus.
Bem fez o “Príncipe da Escolástica” (método dialético que pretendia unir à fé a razão em prol do crescimento humano), Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que deu a Maria Madalena o honroso título de “Apóstola dos Apóstolos”. O evangelista Lucas mesmo fala sobre ela, descrevendo o seu engajamento: “Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios”. (Lc 8,1-2) Madalena a discípula fiel, que passou por cima do preconceito misógino, e pela marginalização, a que eram submetidas as mulheres, por aquela sociedade de sua época, e dá um testemunho de força, coragem e extrema dedicação no seguimento de seu Mestre.
Coube à Maria Madalena a proclamação da Ressurreição de Jesus, como o texto do Evangelho de João hoje nos anuncia. No momento mais terrível e dramático da vida de Jesus. É ela que acompanha Jesus no Calvário, com outras mulheres, sofrendo junto. Ela aparece também quando José de Arimateia depõe o corpo de Jesus no sepulcro. Foi ela, depois do sábado, na manhã do primeiro dia da semana, quem voltou ao sepulcro e descobriu que a pedra havia sido removida e correu para avisar Pedro e João. “Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18) Diferentemente dos discípulos, homens medrosos escondidos, ela, com sua coragem e determinação fez a experiência de ser a primeira a testemunhar o Cristo vivo Ressuscitado. Jesus presente no mistério da vida de Deus. Falar desta mulher é falar da necessidade de termos uma Igreja com este espirito “Madalena”, em que as mulheres sejam, de fato, participantes integralmente na vida desta Igreja, inclusive com poder de decisão, já que, como vemos, são os homens, revestidos de uma hierarquia clerical patriarcal machista, que não permitem a participação efetiva das mulheres. O que seria da Igreja sem estas “Madalenas”?
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