Sexta feira da Décima Sexta Semana do Tempo Comum. Festa de São Tiago, Apóstolo. No dia de hoje a liturgia celebra a Festa do primeiro apóstolo a ser martirizado. Ele que nasceu na Galileia e era filho de Zebedeu e Salomé. Era irmão de João, o Evangelista. Eram filhos de uma família de pescadores. Chamado de Tiago Maior para não ser confundido com o outro, chamado de Tiago Menor. Este Tiago de hoje é também chamado nos evangelhos de filho do Trovão (Boanerges). A última vez que São Tiago Maior aparece no texto do Novo Testamento é em Atos 12, 1-2, onde se noticia seu martírio. Nesta passagem diz que Herodes Agripa, filho de Herodes, o grande (aquele que mandou matar os bebês inocentes em Belém), rei da região sul de Israel chamada Judéia, “Mandou matar Tiago, irmão de João, pelo fio da espada”. Isso aconteceu próximo ao ano 44, na cidade de Jerusalém. Esta é a única morte de um dos 12 Apóstolos a ser narrada no texto bíblico. Foi o primeiro a ser martirizado entre os apóstolos. A tradição diz que seus restos mortais estão enterrados na Catedral de Santiago de Compostela, na Espanha.
Tiago Menor foi outro seguidor de Jesus, filho de Cléofas Alfeu, irmão do carpinteiro José e Maria de Cléofas, que era, portanto, cunhada de Maria e mãe de três apóstolos: Judas Tadeu, Tiago Menor e Simão, também chamados de “irmãos do Senhor”, expressão semítica que indica também os primos, segundo os historiadores. Em algumas passagens dos evangelhos é referido como Tiago, o Justo. Foi um dos apóstolos, que liderou a Igreja de Jerusalém. Também em outras passagens, é mencionado como “o irmão do Senhor”, referindo-se ao parentesco de primos. Provavelmente tenha sido ele o autor da Carta de Tiago, um dos escritos do Novo Testamento. Tiago Menor era bem mais jovem, e por isso recebeu esse título do evangelista Marcos, para diferenciar de Tiago Maior.
O texto do evangelho proposto pela liturgia para esta última sexta feira de julho, é paradigmático, pois nos passa a ideia de que o Reino de Deus não se identifica e nem combina com poder e honrarias. A mãe do nosso Tiago de hoje, vai até Jesus e faz um pedido, imediatamente rejeitado por Jesus. “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda. Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo”. ( Mt 20, 21-22) A ação desta mãe experimenta a reação dos demais discípulos que, enciumados, não gostaram da atitude daquela mãe e de seus dois filhos: “Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos”. (Mt 20,24)
Os discípulos deram uma clara demonstração de que não entenderam nada da proposta de Jesus. Ou seja, enquanto Ele está falando da sua morte, como consequência de toda a sua vida de fidelidade ao Pai, eles estão numa disputa de poder entre eles. Desejando o melhor para os seus filhos, a mãe de Tiago e João, sonhando com poder e honrarias, despertando discórdia e competição entre os outros demais discípulos. Todavia, Jesus mostra que a única coisa importante para o discipulado, é seguir o exemplo d’Ele, de servir e não ser servido: . “Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. (Mt 20,28) Não é o poder, privilégios e honrarias que determinam a fidelidade de quem está a procura do Reino, mas o despojamento, o desapego, a simplicidade e a disponibilidade para servir sempre.
Tiago e João estão em busca de um lugar de destaque, como certo privilégio por estarem com Jesus. Sendo que desde os primeiros momentos, Jesus sempre colocou que eles deveriam ser os primeiros a servir, como o texto de hoje demonstra: “Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor”. (Mt 20,26) Nosso bispo Pedro entendeu perfeitamente esta proposta de Jesus e, através da sua vida doada ao Reino, sempre com muito desapego, despojamento e abnegação, conduziu esta Prelazia, como Igreja servidora dos pobres desta região. “Com os pobres, para os pobres, contra a pobreza”, enfatizava ele.
Infelizmente não é bem isto que estamos vendo acontecer em boa parte da caminhada de nossa Igreja. Ainda hoje, assim como Tiago, João e sua mãe, há aqueles que buscam o poder e lugar de destaque, a todo custo, e se colocam como seres privilegiados, pelo status clerical, sendo literalmente sustentados pelos pobres, ofertando o seu dinheirinho suado nas coletas e dízimos das igrejas. Lideranças religiosas que se escondem atrás do luxo, riquezas e uma boa vida, se esquecendo do chamado de Jesus, ao serviço às causas dos pequenos, pobres e marginalizados. Quem quer seguir os passos de Jesus precisa saber que a autoridade não é exercício de poder, mas a disponibilização para o serviço que se exprime na entrega de si mesmo, para o bem comum de todos e todas, sobretudo aos pobres e marginalizados, que estão caídos à beira do caminho. Como disse o Papa Francisco em uma de suas alocuções: “Quer se destacar? Sirva! Nossa fidelidade ao Senhor depende de nossa disposição em servir. O serviço não nos diminui, mas nos faz crescer. E ao servirmos os esquecidos, que não podem nos retribuir, também nós recebemos o terno abraço de Deus”.
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