Terça feira da Vigésima Semana do Tempo Comum. Lembrando que este período é o mais longo do ano litúrgico, dedicado à celebração da vida pública de Jesus e à vivência e o fortalecimento da fé cristã no nosso dia a dia. Divide-se em duas partes: a primeira vai do Batismo de Jesus até a terça-feira antes da Quaresma, e a segunda começa após Pentecostes e vai até o início do Advento. É um tempo de crescimento na fé, marcado pela cor verde, símbolo de esperança e crescimento na caminhada. São, ao todo, 33 ou 34 semanas, conforme cada ano, dedicadas a celebrar a vida e os ensinamentos de Jesus, na convivência com os seus discípulos, durante a sua vida pública. Este período litúrgico é sempre um convite feito a cada um de nós, para vivermos a fé em sua totalidade. É um tempo para refletir sobre a missão de Jesus e como podemos aplicá-la em nossas vidas diárias, buscando a conversão, na perspectiva de uma vida fraterna e solidária.
A grande virada na História da Igreja, sem dúvida, ocorreu com o Concílio Vaticano II (1962-1965). Este Concílio, foi convocado inicialmente pelo Papa João XXIII, através da Constituição Apostólica “Humanae salutis”, em 25 de dezembro de 1961. As atividades deste momento histórico importante, foram iniciadas em 11 de outubro de 1962, se estendendo até 1965, já sob o pontificado de seu sucessor, o Papa Paulo VI, que foi quem implementou as decisões do Concílio. Um dos pontos importantes pós Concílio Vaticano II, foi a Reforma Litúrgica. Através desta, reforma, desencadeou um processo de renovação dos ritos e práticas litúrgicas da Igreja Católica, com o objetivo de promover uma participação mais ativa e consciente dos fiéis na celebração. Recordando que esta reforma foi impulsionada pela “Constituição Sacrosanctum Concilium”, que buscou adaptar a liturgia à realidade do mundo moderno, mantendo a sua essência e profundidade.
Visando aprofundar um pouco mais a nossa fé, neste Período Litúrgico Comum, o texto que nos é proposto, é do Evangelho de Mateus, dando sequência ao diálogo iniciado ontem de Jesus, com certo homem que o procurou, intencionando entrar no Reino de Deus. Jesus aprofunda esta temática, colocando algumas condições necessárias essenciais, para que alguém possa fazer parte do Reino. Se no dia de ontem, este homem sai profundamente triste, depois de ouvir de Jesus tais condições, hoje então é que este ficará desiludido, com a conclusão de Jesus: “é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. (Mt 19,24) Certamente, por esta, aquele homem não esperava.
Esta afirmação de Jesus, gerou diversas formas de interpretação ao longo da história da Igreja. Diferentes correntes de pensamentos hermenêuticos, surgiram sobre o que Jesus queria dizer acerca do “era mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um homem rico ganhar a vida eterna”, presente nos evangelhos de Mateus 19,24; Marcos 10,25 e Lucas 18,25. No passado, os persas expressaram o conceito do impossível dizendo que seria mais fácil passar um elefante pelo buraco de uma agulha. O camelo foi uma adaptação judaica, pois se tratava do maior animal do povo de Israel. Certo é que, para o povo antigo, a agulha de que Jesus estava falando era uma entrada baixa e estreita (portão), geralmente usada após o expediente, encontrada na muralha que cercava Jerusalém. Teoria de difícil sustentação, já que não há evidências de que esse portão tenha existido, de fato.
Todavia, a explicação mais provável é que Jesus estava usando uma “hipérbole”, que é uma figura de linguagem exagerada para dar ênfase à mensagem central de seu ensinamento. Ele usou essa técnica em outras ocasiões, referindo-se, por exemplo, a uma “trave” no olho de alguém (Mt 7,3-5) e engolindo um camelo (Mt 23,24), numa crítica direta aos líderes religiosos que sustentavam um sistema formalista e hipócrita: eles não consideram o Reino de Deus como dom, nem respeitam a liberdade dos filhos de Deus. Mediante este contexto, a mensagem de Jesus é clara: é impossível que alguém seja salvo por seus próprios méritos. Como a riqueza era vista como prova da aprovação de Deus, os religiosos ensinavam que os ricos eram abençoados por Deus e, portanto, os candidatos mais prováveis ao Reino de Deus.
Jesus destrói essa ideia perversa de achar que a riqueza que alguém alcança, é dádiva de Deus e, junto com ela, a noção de que qualquer pessoa pode ganhar o Reino apenas cumprindo os mandamentos. Os discípulos entendem e até dão um retorno interessante para esta afirmação tão forte feita por Jesus: “Nós deixamos tudo e te seguimos. O que haveremos de receber?” (Mt 19,27)
Respondendo a eles, Jesus diz claramente: “Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna”. (Mt 19,29) Já os ricos, ficam tristes e, dificilmente entrarão no Reino. Esta perícope de hoje nos ensina que quem se engaja completamente no seguimento de Jesus, participará como juiz, quando a história for julgada. A lógica de Deus é completamente diferente da lógica humana: “Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros”. (Mt 19,30)
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