Quando o pão é sinônimo de felicidade – Thozzi

Hoje fui ali no atacarejo da Tiquatira.
Dia de comprar cestas básicas para os mais pobres da paróquia.
Criei um hábito: estaciono, entro na cafeteria.
Um café e um dedo de prosa com a barista.
Depois entro no atacarejo.
Viro à esquerda: desfilo na seção de vinhos…
Em geral não compro nada.
Rótulos estranhos…
Depois vou as cestas básicas…
Perdi o hábito de comprar produtos…os poucos reais economizados não compensam o tempo perdido!
Hoje,junto comigo, entrou uma familia de “hermanos”, não sei se bolivianos ou peruanos…
Casal e cinco crianças!
Riam felizes!
Todos simplesmente vestidos.
Crianças pé no chão…
Foram ao balcão de pães com data de validade próximo do vencimento.
Compraram muitos pães.
Compraram bolos.
Foram embora felizes…
O pai empurra o carrinho do menor…as outras quatro mostram uma alegria incontida!
Brincam…
A mãe ri feliz…
Só reparo agora…tem um bebê na barriga…
Mas estão felizes!
Pão e bolo,abundância!
Acabo rindo pra mim mesmo!
Lembrei da minha infância na Penha: o sapato era pra escola e pra missa…
Dia inteiro pé no chão!
Banho no fim do dia:
” esfrega a sola do pé ” a mãe gritava…
Chinelo pra não sujar!
Só eu ? Não, todos os moleques…menos o Calubé
Ele tinha sapatos!
Sapato de escola,de futebol de missa…
Nunca causou inveja em ninguem…
Até a Marlene andava sem sapatos…
Quando fui para o seminário usei sapatos…
Mas não achava confortável!
Olhei os hermanos, hoje, com um misto de inveja:
Riam felizes e abençoados na pobreza do pão e dos pés descalços…
Boa tarde, boa noite gente amiga querida, que as bênçãos sejam abundantes e permanentes pra todos.
Pra quem tem sapatos e pra quem tem só os pés!