Segunda feira da Décima Sétima Semana do Tempo Comum. A semana iniciando, caminhando para o fim de mais um mês em nossa história de vida. Sempre que começa a semana, devemos renovar em nós a esperança, acreditando que, com as nossas ações, podemos fazer o novo diferente. Acreditar em nós e também em Deus. Foi assim que vi o despertar do dia com uma centena de pássaros cantarolando alegremente em meu quintal. Aproveitei e medite com a bela passagem da Carta aos Romanos: “Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes nem as forças das alturas ou das profundidades, nem qualquer outra criatura, nada nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rom 8,38-39)
Acreditar na vida! Acreditar na força do amor que transforma! Acreditar em Deus com a fé de esperançamento do fazer acontecer. Tudo isso está presente Naquele que veio anunciar para nós o Reino de Deus. Com o amor de Deus, manifestado na pessoa de seu Filho, nada mais temos a temer: nem dificuldades, nem perseguições, nem martírio, nem qualquer forma de dominação. Nada poderá impedir ou desfazer o que Deus já realizou. Nada poderá desacreditar o testemunho de quem faz adesão pelo seguimento dos passos de Jesus. E nada poderá opor-se à plena realização do Projeto de Deus. O Reino já está aqui, e ainda não. Ele se faz presente em cada gesto concreto nosso em favor da vida, sobretudo, em favor dos que mais necessitam de serem cuidados. Cuidar é um ato de amor, que não precisa de palavras, só de presença, pois quem cuida com carinho iradoa luz por onde passa.
Hoje o texto que a liturgia nos propõe refletir e viver, fala da semente que devemos ser e semear com a vida. Ensinando mais uma vez, através de parábolas, Jesus conta a história da semente de mostarda para uma maior compreensão das pessoas simples, acerca do Reino de Deus: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”. (Mt 13,31-32) Não se trata apenas de um comparativo sobre o Reino, mas o que Jesus quer dizer com esta parábola é que diante das estruturas e ações deste mundo, a atividade d’Ele e daqueles que o seguem fielmente, parecem impotentes, mas crescerá, até atingir o mundo inteiro. É desta forma que devemos ver e acreditar que embora pequenas e até insignificantes, nossas ações são importantes para a edificação deste Reino.
O Reino é vida e acontece todas as vezes que semeamos a esperança, através de nossas ações cotidianas. Mas para tanto, precisamos discernir onde, como e quando devemos agir para edificar este Reino. O nosso agir parece desaparecer no meio de tantas coisas que acontecem ao nosso redor, mas, com convicção, nossa ação transformadora alcança o seio da sociedade, como aquela alegoria do pássaro que resolve apagar o fogo da floresta conduzindo as gotículas de água que apanha no oceano. Cada um fazendo a sua parte, o mundo se faz melhor para se viver. O líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), resumiu desta forma o nosso ser e fazer: “Não tente adivinhar o que as pessoas pensam a seu respeito. Faça a sua parte, se doe sem medo. O que importa mesmo é o que você é. Mesmo que outras pessoas não se importem”.
Ao longo de sua vida terrena, aquele que a Cristologia chama de Jesus histórico, anuncia o Reino de Deus como uma realidade presente e futura. Já e ainda não! O conceito “já e ainda não” do Reino de Deus refere-se evidentemente à tensão entre a realidade presente do Reino, que já começou a se manifestar, e sua consumação futura, que ainda está por vir. Em outras palavras, de alguma forma, o Reino de Deus já está presente, mas não na sua plenitude total. Ao anunciar o Reino, Jesus afirmava que o Reino estava próximo e convidava as pessoas à conversão (condição indispensável) e à fé na sua palavra que está no Evangelho. No Reino de Deus, predomina a vontade de Deus, baseada na sua amorosidade compassiva, com que cuida de cada um e cada uma dos filhos seus, com sua ternura de Pai. Este Reino terá a sua plenitude no nosso encontro pessoal com este Deus que nos criou.
Falar do Reino no mundo em que, embora humanos que somos, perdemos a nossa humanidade, torna-se um grande desafio. Somos humanos, mas deixamos perder a nossa humanidade. Todavia, aqueles e aquelas, que se deixam conduzirem por uma fé verdadeira, autêntica e fiel, tornam-se semeadores da esperança do Reino. Semeadura de uma pequenina semente, mas com a participação conjunta de todos, faz uma grande diferença. Não há possibilidade alguma de vivermos a nossa fé dissociada da proposta do Reino de Deus, que devemos anunciá-lo nas contradições da história. Para que isto ocorra, devemos revestir-nos do “homem novo”, de que fala São Paulo. E aqui não se trata de uma questão de gênero, mas da humanidade renovada que faz acontecer a proposta do Reino com a vida nova que assumimos em Cristo Jesus. Somos semeadores, mas quem faz nascer os frutos é Aquele que nos criou, que quer contar com a participação decisiva de cada um de nós.
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