A missão da paz inquieta (Chico Machado)

Segunda feira da Décima Quinta Semana do Tempo Comum. A semana iniciando com a segunda quinzena de julho já dando a sua cara. O tempo que vai passando muito rapidamente, quase pegando-nos de surpresa. Viver cada dia intensamente é o desafio de quem não quer deixar-se ser consumido pela voracidade do tempo.

O frio desta manhã da cidade paulistana, deu lugar ao calor humano solidário, com as pessoas em situação de rua. Depois de celebrar com o Padre Júlio Lancellotti na comunidade São Miguel Arcanjo, rumamos para a rua para partilhar o café da manhã, luvas e meias, lado a lado com o “profeta da rua” e ninguém mais que Leandro Roque de Oliveira, mais conhecido pelo nome artístico Emicida, rapper, cantor, compositor brasileiro. Gestos de amorosidade em forma de fraternidade solidária.

O dia de hoje é um dia especial: “Dia de Proteção às Florestas”. Uma data, cujo objetivo é o de sensibilizar as pessoas sobre a importância da preservação das nossas florestas que ainda restam. Elas que são o lar de inúmeras espécies de animais e plantas, contribuindo assim para a qualidade de vida do planeta e da humanidade. Lembrando que o Brasil abriga uma das mais importantes florestas do mundo: a Floresta Amazônica, conhecida como o “pulmão do mundo”. (6.700.000 km²)

Cuidar da Amazônia não é função apenas dos que habitamos este território sagrado. A Amazônia é de todos nós, do campo e da cidade. Se ela morre, morreremos todos nós, sofrendo os horrores decorrentes da devastação ambiental. Como dizem os nossos indígenas: “Nossos territórios são preservados. Onde há terra indígena, a floresta permanece em pé, a água pura, a fauna viva. E isso beneficia todo o mundo”.

Enquanto vamos caminhando e refletindo sobre a floresta e a necessidade de mantê-la em pé, aproveitamos também para entrar em sintonia com o projeto de Jesus. No dia de hoje, Mateus se ocupa em nos transmitir mais um dos “discursos” de Jesus. Talvez seja este um dos mais controversos deles, quando o Mestre Nazareno começa dizendo: “Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada”. (Mt 10, 34) Àquele que definia a si mesmo como “manso e humilde de coração”, falando em tom belingerante.

Anunciar o Reino é ser instrumento de transformação da verdade e da justiça em favor do Reino. A verdade provoca a divisão entre aqueles que a aceitam e os que os que rejeitam e sentem-se incomodados com ela. O discipulado de Jesus deve permanecer firme no compromisso com Ele, seguindo-o até o fim. Nada pode ser impecillho a esta fidelidade, nem mesmo os laços familiares.

Quem anda com Jesus precisa estar preparado. Preparado para tudo, inclusive no que diz respeito à perseguição. Muitas vezes remando contra a correnteza. O verdadeiro seguidor de Jesus é um fracassado para a sociedade do lucro, do poder e da ganância. A alegria maior do discipulado é saber que: “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há de ser deles! (Mt 5,10)

Luiz Cassio

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