Humildade e mansidão (Chico Machado)

Quinta feira da Décima Quinta Semana do Tempo Comum. O esperançar de Deus, espalhando a vida no horizonte dos nossos sonhos. Mais um dia para acreditar que as utopias do Reino se fazem presentes nos nossos ideais. Mais um dia frio acontecendo lá fora, enquanto meu corpo tímido, desperta sonolento, embaixo dos cobertores. De alma aquecida, preparando para a despedida desta terra fria, rumo ao Araguaia, onde o sol reina absoluto.

Foram dias de profunda alegria, encontrando e convivendo com os amigos e amigas de longa data. Deus, na sua generosidade infinita, colocou pessoas especiais no meu caminho. São estas mesmas pessoas que foram forjando o meu caminho, me fazendo ser quem sou e como sou. O traço amigo de cada uma delas, me fez coerente com as causas da vida, na busca e tentativa de ser com e como a Testemunha fiel de Nazaré.

Os meus amigos e amigas são um presente de Deus. Dádiva recebida ao longo da história, mesmo sem merecimento da parte deste pobre mortal, que se transformou num matuto do Araguaia. Nesse quesito, sou obrigado a concordar com o filósofo de Atenas: “Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos”. (Sócrates)

Amizade que nos faz aproximar de Jesus e fazer com Ele, um caminho de interação. A amizade do discipulado que, mesmo nas imperfeições e limitações no jeito de ser e encarar a vida, queremos ser um com Ele. O jeito é nosso, mas a projeção é n’Ele, que se entregou totalmente nas mãos do Pai, esvaziando de si mesmo e assumindo a nossa natureza humana. (Fl 2,6-11)

Amizade sincera e plena de amorosidade de Jesus que veio ser um conosco e nos garante o refúgio seguro em seu jeito divino/humano de ser: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso”. (Mt 11, 28). Aquele que veio de Deus, dando-nos a chance de descansar da fadiga nos braços do Pai.

Mais do que revelar a face de um Deus carrasco, pronto e disposto a castigar os seus, Jesus revela-nos o coração generoso, compassivo e misericordioso de um paizão. Acolher, perdoar e salvar, é o jeito de ser do Deus de Jesus de Nazaré. Um Deus que se revela na história, contrariando todos os prognósticos judaizantes, daqueles que tinham na Lei o suporte maior para a escravização do ser humano.

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso.” (Mt 11,29) Uma das páginas mais belas de todo o Novo Testemunho, com este “hino cristológico”, dando-nos a conhecer e experimentar a missão do Filho de Deus no meio de nós. Jesus, que nos oferece a sua amizade gratuita de alguém que veio ser um de nós como Deus conosco.

Luiz Cassio

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