Fé, testemunho e fidelidade (Chico Machado)

Quarta feira do Tempo do Natal antes da Epifania. Janeiro vai dando as coordenadas meteorológicas do kronos de nossas vidas. Um verão bem característico, como lhe é peculiar: calor demais e chuvas tempestivas. “A mudança climática é real, está acontecendo agora mesmo. É a ameaça mais urgente que a nossa espécie precisa enfrentar”, alerta-nos Leonardo DiCaprio.

Rezei nesta manhã já em terras paulistanas. Acolhido no casarão da grande amiga Maria de Lourdes, ainda assustado em meio a tantos arranha-céus da “Pauliceia Desvairada”, que Mário de Andrade a decantou em prosa e verso. Obra publicada em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna.

Rabisquei no dia de hoje nos corredores da PUC/SP, enquanto aguardava os primeiros acordes do Curso de Verão. Rezando e escrevendo na tela do celular, atento ao senhor corretor. É muito bom estar aqui neste primeiro curso presencial no pós pandemia. Como diria o poeta francês Victor Hugo: “A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace”.

Fé, testemunho e fidelidade. Tudo o que encontramos na pessoa do profeta João Batista, que seguimos refletindo no dia de hoje. Se ontem, ele nos deu um banho de simplicidade e humildade, hoje ele nos apresenta “o Cara”: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1,29) João que não fala de si mesmo, mas daquele ao qual viera anunciar.

No idioma e na cultura judaica, a palavra servo e cordeiro *possuem* o mesmo significado. Jesus é o Servo de Deus, anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Servo este que devia sacrificar-se pelos seus irmãos. Da mesma forma que é também o verdadeiro Cordeiro, que substitui o cordeiro pascal. Ao chamar Jesus de Cordeiro, mostra que Ele é o Messias que vem libertar a humanidade da escravidão, conduzindo-a, a uma vida plena na liberdade.

A fé, pressupõe o testemunho e a fidelidade. Seguir os passos de Jesus requer o compromisso de fé fundamentada na fidelidade às mesmas causas de Jesus. “Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas , também é injusto nas grandes” (Lc 16, 10). Fiéis a Jesus! Fiéis a nós mesmos! Fiéis ao Reino! “Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos”. (Friedrich Nietzsche)

Luiz Cassio

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