“Um mistério a celebrar 
Ano litúrgico 

Cada celebração é única e está dentro de um contexto muito definido

Padre Luiz Carlos de Oliveira, CSs.R.

se chama Ano Litúrgico. Este , à comunidade que celebra, o sentido e o 

modo de compreender a graça que Deus oferece em cada dom. É importante 
saber que cada ato litúrgico é igual aos outros de seu gênero, mas 
profundamente diferente no sentido da celebração do Mistério que é sempre o 
mesmo e sempre novo. O mesmo acontece com o Ano Litúrgico no qual se 
desencadeiam os mistérios celebrados. Sempre os mesmos e sempre novos. 
Novo por quê? Porque a graça de Deus é sempre nova. O sentido da história 
dos gregos era cíclico. Tudo retorna. Isso é uma etapa de sua filosofia. No 
sentido hebraico, o tempo é continuo. No sentido cristão é espiral. Sempre o 
mesmo, mas sempre indo à frente como uma escada em caracol. É sempre a 
mesma, mas estamos mais à frente contemplando sempre um aspecto novo. 
Não podemos dizer: “Vai à missa de novo?” Não! Ela é sempre outra. É o 
mistério: sempre antigo e sempre novo. Deus eterno e imutável, mas não é 
estático. É vida, sempre gerando vida. O Ano Litúrgico não é um calendário. 
O calendário dispõe as celebrações. Entramos no mistério do tempo que 
sempre gera vida. Não se trata de virar uma página, mas de contemplar e 
viver o mistério do Deus Salvador que Se manifesta em Cristo na comunidade 
celebrante. “Cada tempo litúrgico tem sua teologia que se estabelece a partir 
dos textos. Não é um acúmulo de ideias, mas uma graça concreta de 
comunhão com o mistério que nos é oferecido em determinado tempo 
litúrgico” (El Ano Litúrgico  J. Castellano, p 53). 
Um pouco da história 
O ano litúrgico não nasceu de um decreto, de uma reunião ou de um 
estudo. Brotou a partir da experiência viva das comunidades. Muitas 
celebrações têm sua fonte nas celebrações bíblicas. O que determina são a 
condições humanas, teológicas e culturais. O ano litúrgico, como a liturgia, 
está sempre em movimento. Faz parte da vida das pessoas. A história da 
renovação se inicia com a descoberta dos livros litúrgicos antigos. No século 
XIX estudou-se o termo sacramento em seu original que era misterion”, a 
partir do conceito grego. No culto mistérico, o “devoto” realizava uma 
cerimônia “imitando” o que estava no mito (história antiga). Não se trata de 
algo incompreensível. Os ritos levavam a pessoa viver aquilo que se mostrava 
no mito. Os gestos explicavam. A palavra “sacramento” foi uma tradução de 
mistério. Nele nós realizamos ritos e acontece conosco o que os ritos
participação nos ritos acolhe o que a graça realiza em nós. O rito descreve e a 
graça realiza.  
A fé sustenta 
As festas do calendário m origens diferentes:  festas que celebram 
os mistérios da vida de Jesus. Celebram fatos que aconteceram como Natal, 
Páscoa, Ascensão e outros.  festas que m de um dogma, como a 
Trindade, Eucaristia…  também aquelas que provêm de tradições da 
piedade como as Dores de Maria.  celebrações dos Santos, Anjos, Nossa 
Senhora, e mesmo devoções particulares. Na história sempre aconteceram 
ajustes no calendário, como foi feito depois do Vaticano II, na reforma 
litúrgica. Foram tirados santos cuja existência é duvidosa, ou santos que são 
desconhecidos atualmente. No calendário privilegiaram-se os santos de maior 
tradição e mais universalidade, santos novos e países de  recente, como 
Coreia, Vietnam… Os ritos orientais trazem tradições diferentes que não são 
contrárias, mas têm outra maneira de compreender.