Sábado da Vigésima Sexta Semana do Tempo Comum. O primeiro final de semana do mês missionário vindo ao nosso encontro. Neste dia 07 de outubro, celebramos a memória litúrgica de Nossa Senhora do Rosário. O mês que é das missões, mas também conhecido como o mês do Rosário. Nossa Senhora do Rosário é um dos títulos atribuídos a Nossa Senhora, devido a sua aparição a São Domingos de Gusmão em 1214 na Igreja do Mosteiro de Prouille, no qual a Mãe de Jesus entrega o rosário ao frei dominicano. Esse título, também, é conhecido pela aparição de Nossa Senhora aos pastorzinhos em Fátima. A festa litúrgica de Nossa Senhora do Rosário foi instituída pelo Papa Pio V, no ano de 1571.

Celebrar nossa Senhora do Rosário é aceitar o convite à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à sua Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição. Não se trata apenas recitar mecanicamente um punhado de Ave-Marias, mas nos colocarmos na mesma caminhada dela, a Mãe dos caminhantes, nos comprometendo com os esquecidos e a eles dedicando as nossas vidas, no cuidado da criação. Para tanto, não basta ter uma fé devocional a Maria, mas ter a mesma fé dela, que saiu de si mesma, se colocando como servidora e cuidadora das causas do Reino. “Maria, Mãe dos caminhantes. Ensina-nos a caminhar. Nós somos todos viajantes, mas é preciso sempre andar”.

Estamos exatamente no 280º dia do ano. Assim, faltam 85 dias para 2023 passar o bastão ao ano subsequente. Na primavera vestida de verão, a fase da lua é minguante. Ainda não choveu o esperado para este período do ano, aqui pelas bandas do Araguaia. Mesmo assim, o aroma das multivariadas flores está solto no ar, para nossa alegria e aos que nascem nesta época do ano e acreditam ser do signo de Libra. O som de todas as manhãs é o do zumbido das abelhas e besouros, que seguem na sua arte de polinizar, transferindo o pólen de uma planta à outra, permitindo posteriormente a fertilização e a produção de sementes e frutos. A arte de Deus acontecendo na Mãe Natureza, sendo vida nas nossas vidas.

Um sábado especial para a música brasileira. Claro que estamos falando da música de qualidade. No dia de hoje, celebramos o Dia do Compositor Brasileiro. Compositores são aquelas pessoas que criam letra ou melodia das músicas. Esse marco é especialmente em homenagem aos artistas brasileiros que dedicaram a vida pela composição musical. Mestres que nunca foram esquecidos, tais como Herivelto Martins, Heitor Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga e Dona Ivone Lara, dentre muitos outros que nos encantam com suas canções e ainda estão vivos entre nós com suas criações, alegrando-nos alma e coração. Música de qualidade que fez Aristóteles assim expressar sobre ela: “A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição”.

“Alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28) Maria, a missionária por excelência. Missão: servir e cuidar. Aquela que acreditou desde o início e, apesar de todas as dúvidas em seu coração feminino marginalizado pela estrutura de sociedade de sua época, não teve medo, mas entregou-se confiante e com coragem nas mãos de Deus, contribuindo assim para o projeto salvador de Deus para a humanidade. Por vontade e iniciativa de Deus, o anjo Gabriel vai até a periferia de uma das cidades da Galileia, Nazaré, encontrar-se com aquela que seria a Mãe do Salvador. Certamente, todas as mulheres sonhavam estar no lugar daquela que foi agraciada para tão grande missão.

“Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus”. (Lc 1,30) O medo foi substituído pela vontade de servir e se entregar de corpo e alma ao projeto de Deus. O medo deu lugar à coragem, rompendo todas as estruturas de marginalização das mulheres que eram tidas como impuras e amaldiçoadas pela sociedade classista, machista e patriarcal. Ao romper estas estruturas de morte, ela se transforma na mui digna representante da comunidade dos pobres que anseiam e esperam pela libertação. De seu ventre feminino marginalizado, nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O mistério de Deus presente no fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José, indicando assim que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. O coração feminino de Deus agindo na vida de uma mulher periférica. O Filho iniciando uma nova história surgindo dentro da história de maneira totalmente nova, no ventre de uma mulher marginalizada. Que saibamos acolher esta dádiva, estando e sendo presentes na vida de tantos outros que esperam pela libertação! Maria, a companheira de todas as horas!