O mês de dezembro vai caminhando a passos largos para os finalmente. Pouco a pouco, 2023 vai se despedindo de nós. Momento oportuno para se fazer um balanço geral de como foi este ano e quais as respostas afirmativas fomos capazes de dar ao longo dele. Que venha mais um ano de esperançamento com os pés fincados no chão da estrada!

Rezei nesta manhã na companhia do “discípulo amado”, cuja festa, a Igreja, celebra no dia de hoje. São João, apóstolo e evangelista, foi um dos Seguidores de Jesus. O mais novo deles, que o acompanhou fielmente nos vários momentos, desde o batismo até à prisão e à crucificação. Referido pelos exegetas como o discípulo preferido de Jesus, que o encarregou de tomar conta de Maria, antes de ser crucificado.

João, “o discípulo amado”, foi um incansável apóstolo. Viajou muito para transmitir a mensagem de Jesus. São atribuídas a ele a escrita de três epístolas, um Evangelho e o livro do Apocalipse. Teria falecido provavelmente em Éfeso, aos 94 anos, por volta do ano 103 d.C. Irmão de Tiago, trabalhava com este como pescador antes de ser batizado por São João Batista e de seguir os passos de Jesus.

Depois de uma longa estada em Goiânia, realizando exames e consultas médicas, embarcarei nesta noite com destino a São Paulo. Nada disso seria possível, sem a acolhida amorosa dos amigos e seus familiares que receberam carinhosamente este matuto, no seio de suas famílias. Só agradecimentos e orações. Quem tem amigos/as tem um tesouro!

“A amizade é um amor que nunca morre”, diria o poeta brasileiro Mario Quintana (1906-1994) Amizade especial de Jesus com o seu discípulo João. Talvez por ser este o mais jovem do grupo. João, que tem uma participação singular, não só na vida de Jesus, como no andar das comunidades primitivas e na escrita dos primeiros passos do cristianismo. Seus escritos mostram não somente uma intimidade de fé com a proposta de Jesus, mas um jeito consciente e comprometido na vivência desta fé.

Ao escrever seu Evangelho, João seguiu um caminho diferente dos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Seu evangelho é uma espécie de meditação, que procura aprofundar e mostrar o conteúdo da catequese, visando despertar e alimentar a fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, a fim de que todas as pessoas tenham a vida na sua plenitude maior: “Tudo foi escrito para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome”. (Jo 20,31)

João é uma pessoa especial! Não foi sem razão que ele acompanhou toda a via crucis de Jesus e estava aos pés da cruz, ao lado de sua Mãe. Para ele, Jesus é o enviado de Deus, aquele que revela o Pai às pessoas. Deus, pleno de ternura e amorosidade, que quer dar-nos a vida. Jesus revela esse amor e realiza a vontade do Pai, dando sua própria vida em favor de todos nós.

Excepcionalmente, por se tratar da festa do apóstolo João, o texto do Evangelho de hoje nos traz a narrativa do túmulo vazio de Jesus do próprio evangelista. A cena nos aponta duas realidades distintas: o corpo não está ali; Jesus não está morto. A morte não tem a última palavra. A última palavra é vida e está com Deus.

Os que apostavam na morte como final para a vida de Jesus, se surpreendem, pois Deus é o Senhor da história, descendo Jesus da cruz e o elevando ao mais alto grau: Jesus Ressurreto. Ele está vivo! Mais vivo do que nunca! Estando vivo, abre-nos as portas para que também nós, possamos passar pela mesma experiência de com Ele ressuscitar.