Segunda feira da Vigésima Oitava Semana do Tempo Comum. O mês dedicado às missões, dobrando a esquina da segunda quinzena, nos chamando ao compromisso com a missão que cada um deve assumir para si, na caminhada da Igreja, povo de Deus. Com a Bíblia na mão, a Palavra no coração e os pés fincados no chão da história! Lembrando que neste ano de 2023, o tema da Campanha Missionária é “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo”, baseado no texto dos discípulos de Emaús. A exemplo deles, é importante e essencial que nos coloquemos à serviço do anúncio da mensagem de Jesus Cristo.

Uma segunda feira que ainda estamos olhando para o dia de ontem. Um dia especial! Na data de ontem, foi publicada a Exortação Apostólica do Papa Francisco “C’est la Confiance” (“Só a Confiança”), dedicada a Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), no aniversário de 150 anos de seu nascimento em Alençon, na França. Um exemplo de mulher que, na sua envolvente espiritualidade, nos exorta a acreditar no amor infinito de Deus e a viver o encontro com Cristo na abertura aos outros. “No Coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor!”, observou Teresinha, que morreu com apenas 24 anos e foi proclamada padroeira das missões.

O dia 15 de outubro é também o dia dos professores e professoras. Mais elas, do que eles, uma vez que o ensino básico brasileiro é realizado por mulheres, na sua maioria. Dos 2.315.616 profissionais, que compõem o corpo docente no Brasil, 1.834.295 são professoras, ou seja, 79,2%. Eles e elas, profissionais da educação, carregam este Brasil nas costas, a ferro e fogo, uma vez que não são valorizados o quanto deveriam. Ser professor/a. é percorrer um caminho eivado de cicatrizes, sobretudo por aqueles “profissionais da política”, que veem a educação como “gasto” e não como “investimento”. Investir para que construamos seres pensantes. De saber que todos os demais profissionais, seja de que área for, passam pelas mãos dos/as professores/as.

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, já nos dizia o grande pedagogo Paulo Freire. Ele é a nossa maior referência, quando o assunto é educação pensante, como ato de amor e liberdade, na construção do saber. Ser professor, ser professora no Brasil é estar preparados para o enfrentamento do “não-saber”, como profissionais remando contra a correnteza da alienação dos ignorantes, na verdadeira acepção desta palavra, qual seja, daqueles que se recusam a conhecer e, deliberadamente ignoram ou desconsideram informações ou fatos, saberes importantes. Educação como missão de ensinar aprendendo. O bom mesmo é saber aquilo que Paulo Freire não se cansava de dizer: “O educador se eterniza em cada ser que educa.” Viva os nossos educadores e educadoras! Viva nós! Sem medo de ser feliz! Sem medo desses infelizes!

Se no dia de ontem, a liturgia nos trouxe mais uma das parábolas de Jesus, aludindo ao Reino de Deus (Reino dos Céus, para Mateus), hoje nos deparamos com este mesmo Jesus falando acerca daquela geração má que necessita de um sinal, para que possa acreditar, de fato, que Jesus é o Messias enviando de/por Deus. Com suas ações, ensinamentos e palavra, Jesus trouxe-nos a possibilidade de viver o Reino no aqui e agora de nossa história. Este Reino não exclui ninguém de sua participação nele, mas são as pessoas mesmas que auto-excluem, com as decisões que vão assumindo ao longo da vida. É por este motivo que Jesus nos avisa que devemos ser a Igreja das encruzilhadas da vida, pois é lá que estão aquelas pessoas que farão a sua adesão ao seu projeto do Reino.

O texto litúrgico de hoje nos alerta, entre outras coisas, que não são os sinais maravilhosos que nos levarão à conversão, e sim a adesão firme e decidida ao projeto da nova história, manifestado na palavra e ação de Jesus. A fé verdadeira não necessita de nenhum sinal; ao contrário, vai amadurecendo a cada dia que fazemos o nosso discernimento, por quais caminhos queremos andar nesta vida. Ser com e como Jesus não basta querer. É necessário algo mais, do que um simples acreditar. Nenhum de nós vai até Jesus sem passar pela vida dos irmãos e irmãs que caminham conosco lado a lado. Santa Terezinha do Menino Jesus fez o seu caminho, sempre acreditando que seria capaz de chegar lá, como ela mesmo escreveu: “Um amor que não se prova em ação não é suficiente, nem nossa disposição natural para agradar a um amigo; isso não é caridade, pois os pecadores estão prontos para fazer o mesmo”. Os de ontem, e os de hoje. ”Oxalá ouvísseis hoje a sua voz, não fecheis os corações como em Meriba!” (Sl 94(95),8ab) De fidelidade em fidelidade, construamos a cada dia o nosso ser cristão, confiantes na Palavra de Jesus. O dom da vida já é nosso grande sinal.