Sexta feira da Primeira Semana do Tempo Comum. Janeiro segue sextando, prenunciando mais um final de semana. Estamos no início de um novo ciclo de nossa história. Muitos planos, metas e objetivos a serem conquistados. Janeiro é o mês do recomeço. Uma nova chance, um novo olhar e muitas esperanças para lutar.

O Curso de Verão vai caminhando para o seu final. Último dia de minha estada por aqui, já que porei os pés na estrada amanhã, de volta ao meu Araguaia. Neste 8º dia o CV2024, trabalhará o tema: “trabalho nas artes visuais: um olhar profético da realidade”, com Evelaine Martines Brennand e Anderson Augusto Pereira https://bit.ly/cv24-8

A cidade paulistana nos acolheu de forma taciturna nesta manhã. As intensas chuvas da noite prorrogaram o nascer do sol, alimentando em nós um sentimento nostálgico, permeado pela saudade. Esta tal de saudade que insiste em morar dentro de nós, como bem expressou o poeta Fernando Pessoa: “Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram”.

“Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo”. (Lc 7,16). É assim que a Liturgia da Palavra nos introduz no dia de hoje dentro de um contexto celebrativo de Jesus caminhando com os pobres em Cafarnaum. Esta cidade ficou marcada pelos feitos de Jesus (sinais). Foi ali que Ele começou a exercer o seu ministério, ensinando e realizando muitos sinais de libertação.

Cafarnaum tinha uma forte presença do domínio romano. Ela pertencia à região da Galileia. Era uma cidade bem desenvolvida comercialmente, chegando a ter um posto alfandegário onde se recolhiam os impostos, conforme o evangelista Mateus: “Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. Mateus levantou-se e o seguiu’. Mt 9,9)

Jesus está ensinando e curando como sempre. Sua fama se espalhava rapidamente. Cada vez mais, traziam-lhe pessoas para serem curadas por Ele. No contexto do Evangelho de hoje, um pobre doente acamado é trazido com muita dificuldade até a presença de Jesus. É importante salientar que, segundo a concepção da teologia da prosperidade da época, a doença era causada pelo pecado. Todavia, Jesus vai direto à essência, ou seja, no pecado invisível que causa os males externos e visíveis, que as autoridades religiosas insistiam em não querer ver.

De nada adianta perdoar o pecado e deixar a pessoa viver os seus dias com todas as limitações da doença. Jesus, perdoa os pecados e liberta a pessoa de sua doença para que viva com toda a intensidade que Deus a criou. Este ato pedagógico libertador de Jesus, criou um mal estar com as autoridades religiosas.

Os religiosos estavam mais preocupados com as teorias religiosas, e não em transformar a situação das pessoas empobrecidas, doentes e marginalizadas. Jesus fala e faz. Sua ação é completa. Fala e faz acontecer a cura por dentro e por fora, possibilitando a pessoa reconquistar a capacidade de caminhar por si. Continuar nesta mesma perspectiva de Jesus é assumir o nosso ser, falando e fazendo, construindo e esperançando uma nova sociedade, justa, fraterna e igual.