Segunda feira da Terceira Semana do Advento. Devagar vamos chegando lá. A estrela aponta para o estábulo, pois foi lá que Ele nasceu. O clima de alegria e esperança toma conta de nosso coração. Mais uma vez a humanidade passando por uma data especial, embora que muitos de nós ainda não absorveu todo o significado que vem deste momento.

A semana está iniciando e nós, nos mobilizando dentro dela. Uma segunda, de uma data especial. Hoje comemoramos o Dia Internacional dos Migrantes. Esta data foi estabelecida pela Resolução 55/93 da ONU em 4 de dezembro de 2000. Ela marca a aprovação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos de Todos os Trabalhadores e trabalhadoras Migrantes e de Suas Famílias. Migrante é toda a pessoa que se transfere de seu lugar habitual, de sua residência comum, ou de seu local de nascimento, para outro lugar, região ou país.

“Somos todos imigrantes. Ninguém tem moradia fixa nesta terra”, alerta-nos acertadamente o Papa Francisco. Se a nossa moradia aqui não é fixa, Ele veio fazer morada definitiva em, e no meio de nós. O divino de Deus se fazendo humano, divinizando a natureza humana. Divino e humano se mesclando no mistério da encarnação: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. (Jo 1,14) A humanidade não está condenada a caminhar no abandono.

Como estamos a caminho da gruta, nesta segunda-feira, a liturgia do dia se ocupa em trazer para mais próximo de nós o mistério da concepção/nascimento de Jesus. Se no Evangelho de Lucas as atenções todas se voltam para Maria, Mateus procura dar ênfase à pessoa de José, um simples e rude trabalhador da periferia, tentando se encontrar.

Tudo por causa do preconceito em relação à mulher, encrustado na sociedade daquele tempo. A mulher aparecer grávida, sem coabitar com o seu companheiro, era sinal de morte na certa. Morria ela e aquele que ela trazia no ventre, apedrejados. Portanto, José estava numa situação embaraçosa: ver sua Maria morrer nas mãos de algozes apedrejadores, por causa de um filho que não era “seu”.

“José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito”. (MT 1,20) Os mistérios de Deus são insondáveis. Deus quer contar com participação humana no seu Projeto de Salvação, escolhendo um casal de pobres, com o menino sendo gestado por obra e graça do Espírito Santo. Ainda bem que José passou por cima de todos os preconceitos e abraçou a causa de Deus, entregando-se confiantemente nas mãos d’Ele.

Jesus é nosso, já que o seu Pai também é nosso! Menino-Deus, Messias, Filho do Homem, Emanuel, tudo para fazer de cada um de nós, membros desta grande família. O mistério da encarnação nos permite estar plenos do Ser divino que é Deus na pessoa do Filho. Jesus não é apenas filho da história dos homens. É o próprio Filho de Deus, o Deus que está conosco. Ele inicia nova história, em que as pessoas serão salvas (Jesus = Deus salva) de tudo o que diminui ou destrói a vida e a liberdade de cada um de nós, caminhantes nesta história. Que tenhamos em nós, atitudes de José e Maria, para que o Reino possa se estabelecer humanizando e divinizando as nossas relações.