Os sinalizadores dos pássaros são suas linguagens que testemunhamos na floresta, nas praias e campinas, em forma de cantos, assobios e grunhidos. As asas e as pernas são seus instrumentos de locomoção e de sustentação no ar, na água e onde quer que nossa imaginação leve.
Sendo assim, na linguagem dos animais, veremos uma história a seguir, que nas beiradas das florestas e das árvores centenárias aninhavam-se espécies de nossa biodiversidade. Uma fantasia em forma de contos do mundo rural, sempre carregados de humor, sem deixarem de ser éticos perante o valor da vida.
Aconteceu que dois amigos vizinhos foram caçar. Um falou para o outro : “eu vou te matar”. O outro respondeu : ” se você fizer isso, você vai para cadeira”. Este perguntou : “como, se estamos somente nós dois aqui no mato, pois não tem nenhuma testemunha.”
O amigo ameaçado olhou para o céu e viu dois urubus voando e disse : “Esses dois urubus serão minhas testemunhas”. O homem caiu na gargalhada : “como, se urubu não fala?”. Este ainda disse : “não fala, mas são minhas únicas testemunhas”. Este crime hodiendo aconteceu, debaixo da seringueira onde urubus faziam ninhos. O homem foi morto sem justificativa como um ato que evidenciava a banalidade do mal, uma verdadeira traição de um amigo.
Alguns dias depois do enterro, gaivotas e gaviões vinham pousar sobre a cruz da sepultura. Os passantes ficavam perplexos ao passar pelos muros do cemitério. Entretanto, o tempo passou e já somavam 20 anos. Certo dia, o matador estava sentado fora de casa com a esposa e viu dois urubus voando. Ele caiu na gargalhada, a esposa perguntou porque ele ria.
Ele contou a historia, dizendo como o amigo era tonto :”imagina dois urubus testemunhas”. A mulher achou engraçada a história, contou para a comadre, que contou para a amiga dela, que foi passando adiante. A historia chegou no ouvido do delegado que foi investigar. O assassino foi preso, ninguém questionando a prescrição, mas perdoado pela familia quando o visitou na cadeia. Fez-se a Paz na localidade e a reparação não vingativa.
Essa história bem humorada, que mistura amizade traída, morte, denúncia e punição, nos faz refletir algumas questões da vida em comunidade, vizinhança e de linguagem agressiva, que ocorre entre os seres humanos.
Há um modo de reviver os sentimentos de Justiça unidos com as questões do tempo e do espaço. “Nada de oculto acontece que não esteja sob a luz do sol ou seja gritado em cima dos telhados” Em Lucas 12:2-3, assim é dito: “não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a ser conhecido”.
Os sonhadores de um mundo maravilhoso como projeto de Deus, alimentam a utopia de que o leão e o cordeiro estarão juntos deitados. Este é um símbolo que se encontra no livro de Isaías (11:6), representando a esperança de um futuro onde a paz e a harmonia prevalecerão, com a violências e os conflitos desaparecidos.
Os seres humanos ainda tem muito a aprender com a ternura dos passarinhos cantadores e dos urubus planadores dos céus, que as queimadas afugentam. Vamos como S. Francisco, chamando a todos os seres de irmãos e fazer a sua bela oração ao Pai de Jesus: “SENHOR, FAZEI DE MIM INSTRUMENTO DA VOSSA PAZ”. Uma oração repetida de forma insistente do Papa Francisco e do Papa Leão XIV, que desarma a produção da violência.
A eleição do novo Papa que assumiu o nome de Leão XIV, traz de Santo Agostinho o legado da busca de Deus, atuante no protagonismo dos pobres no mundo para tornar a todos felizes e amorosos. “Crer para entender e, entender para crer”, através do serviço fraterno e humilde.
Os sinais como a fumaça, em plena era da comunicação, revelou e deu a notícia do novo Papa que continuará a obra do Papa Francisco, fazendo-nos crer que o Projeto de Jesus alcançará a plenitude, apesaar de tantas mortes e destruições, guerras e indiferenças, vinganças e traições que antecedem um Novo Céu e uma Nova Terra, onde todos se comprometerão com a JUSTIÇA, OS DIREITOS HUMANOS E A FRATERNIDADE UNIVERSAL.
