Segunda feira da 33ª Semana do Tempo Comum. No dia de hoje, a Igreja Católica, celebra a Memória de Santa Isabel da Hungria, religiosa (1207-1231). Uma grande mulher da Idade Média (séculos V a XV) que, apesar de seu pouco tempo de vida (24 anos), é reconhecida por sua dedicação aos menos favorecidos, no cuidado aos doentes, especialmente por meio da fundação de hospitais. Pertenceu a Ordem Franciscana Secular (OFS), da qual ela é padroeira. Foi canonizada quatro anos após sua morte, pelo Papa Gregório IX. Sua rápida canonização se deu graças a sua profunda dedicação aos mais pobres. É celebrada no dia de hoje, pois foi nesta data que ela realizou a sua páscoa. Não deixou muitos escritos, mas esta frase reflete bem quem ela era: “Guardai-vos sempre do pecado para não acontecer de voltardes a ser o que eras”.
Uma segunda em que a comunidade mundial celebra o Dia Internacional dos Estudantes. Se no Brasil o Dia do Estudante é comemorado, no dia 11 de agosto, O Dia Internacional dos Estudantes é celebrado anualmente em 17 de novembro. Esta data é uma homenagem à memória e bravura de um grupo de estudantes da antiga Tchecoslováquia, que lutaram corajosamente contra as tropas nazistas que invadiram o país, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Esta data foi criada em 1941, em Londres, através da iniciativa do Conselho Internacional de Estudantes, como uma homenagem ao trágico episódio destes estudantes. Uns foram assassinados e outros foram levados para os campos de concentração, onde sofreram com as cruéis torturas do Holocausto sanguinário de Adolf Hitler.
Uma segunda feira em que a liturgia nos proporciona refletir com os últimos versículos do capitulo 18 de Lucas. Neste capitulo, já vimos de tudo um pouco: as parábolas da Viúva Persistente (1-8) e a do Fariseu e o Publicano (9-14), seguidas pelo encontro pessoal de Jesus com o jovem rico (18-30) e, no texto de hoje, teremos a oportunidade de meditar com a cura de um cego anônimo, perto de Jericó (35-43), que incomoda os discípulos, em busca de sua cura. Todos estes textos servem para reforçar a importância da oração persistente, da humildade, e do desafio da riqueza para seguir a Jesus, além da fé e da busca pela misericórdia gratuita e infinita de Deus para com os seus.
Jesus segue na sua caminhada rumo à Jerusalém. Desta vez, Ele está passando por Jericó, cerca de 20 e poucos km de seu destino. A cena ocorrida ali é desconfortante para os discípulos que, graças a sua insensibilidade, veem naquele homem alguém que está atrapalhando a caminhada de Jesus. “Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali. Então o cego gritou: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Lc 18,36-38) Diferente de seus discípulos, Jesus faz questão de ter este encontro com aquele pobre homem, necessitado de cuidados. Jesus é sensível à necessidade dos pobres e doentes que sofrem
Tudo o que aquele pobre homem mais queria era ser curado da sua cegueira: “Senhor, eu quero enxergar de novo”. (Lc 18,41) Significa que antes ele enxergava, e quer ter esta oportunidade de volta. Os pobres viam em Jesus a sua grande esperança de voltar a viver com dignidade. Primeiro ele chama Jesus de “Filho de Davi” e depois de “Senhor”, numa clara demonstração de que, apesar da limitação física, de não poder ver, ele estava enxergando mais que os discípulos que, naquele momento, manifestaram a sua visão discriminatória da realidade sofrida por aquele homem. Jesus devolve a ele a sua visão e ainda enaltece a sua atitude de quem não desiste nunca: “A tua fé te salvou”. (Lc 18,42)
De excluído, aquele homem passa a ser protagonista das suas próprias ações, tomando a iniciativa e fazendo o seguimento de Jesus, como o texto mesmo demonstra no versículo final: “No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus”. (Lc 18,43) Esta é a vontade de Deus, expressa nas ações de Jesus, em favor dos pequenos. A cura deste homem cego simboliza a fé, que é a visão do compromisso com Jesus. De olhos abertos para nova maneira de ver e agir, ele segue a Jesus que vai dar a vida.
Esta perícope conclusiva do capitulo 18 de Lucas de hoje, serve para nós como um grande incentivo para irmos ao encontro dos pobres, excluídos e marginalizados. Não basta enxergar os pobres caídos no caminho. É preciso mudar o nosso caminho para irmos ao encontro deles, lá onde eles se encontram. Como bem expressou o Papa Francisco numa de suas falas: “ser cristão é uma questão de ‘ser’ (viver a fé) e não apenas de ‘ir’ (frequentar a igreja)”. Mais do que sermos católicos, o desafio maior, é sermos cristãos seguidores de Jesus de verdade: agir como Ele, viver a fé no dia a dia, com atitudes de serviço, amor generoso, e saída para as periferias, geográficas e existenciais, em vez de apenas ir aos templos e julgar ou criticar os outros que estão no meio dos pobres, lutando pelas causas sociais, em favor dos menos favorecidos.


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