Hoje, feriado da Consciência Negra,me permiti dormir um pouco mais.
Ao levantar achei a mesa posta e a patroa com ar pensativo.
Elogiei a: “nossa,acordou mais bonita “…
Sorriu e pediu:
” me dá um presente?”
Como negar…
” me leva na Vila 22?”
Ah! A Vila 22…
Um pedaço de Sampa, cravado no Pari e com jeito de 1940…
Após a revolução de 1932 muita gente veio para São Paulo em busca de viver…
O cafezais foram extirpados…
Os empregos no interior de São Paulo sumiram.
Meu sogro, celeiro em Espírito Santo do Pinhal veio também…
Aqui tornou se sapateiro e entrou para a Guarda Civil.
Trouxe mulher e três filhos.
Alugou 2 quartos e cozinha,privada coletiva na Vila 22…
Ali teve mais três filhos.
A caçula,minha mulher, em 1945…
Em 1950 saíram de lá.
Construíram casa na Vila Santa Isabel.
Mas a memória da Vila 22 manteve se…
Hoje 75 anos passados fomos lá…
A Vila 22 resiste…
Dois moradores nos receberam.
Ouviram e contaram histórias da Vila 22…
Imponente, ao lado a capela de Nossa Senhora Aparecida…
Ali minha mulher se fez católica..
Ah! O mapa: Rua Aparecida,Rua Sacramento , número 22…
A Vila…Anderson cicerone, 60 anos na Vila!
Depois, já que estávamos no Pari,reduto árabe fomos ao El Riad,quibe cru,charutos de folhas de uva e , pasmem,tempos modernos, servem vinho, um rose francês “Le roi de seine “!
Digo ao maitre:
” vinho, enfeites de Natal, não são Árabes os donos?”
“Terceira geração,me diz, adaptados aos tempos e costumes!”
Mas o kibe era ótimo!
Boa tarde/noite, gente amiga querida, o Pari ferve mesmo no feriado!Que o Pai celestial não faça diferença e abençoe a todos !