25º Domingo do Tempo Comum. A liturgia deste domingo celebra a Memória do Apóstolo Mateus. Ele que era um coletor de impostos em Cafarnaum. Era publicano e desprezado pelo povo por fazer parte dos romanos opressores. Certo dia, ouviu a voz de um homem, que lhe disse: “Segue-me”. Ele se levantou e o seguiu para sempre. Aquele homem era Jesus. Desde então, Mateus não foi mais o mesmo. De Levi, seu nome de batismo, passa a ser Mateus, nome adotado por ele após sua conversão, simbolizando uma nova vida e um “dom de Deus”. Mateus é o autor do primeiro Evangelho Sinótico, escrito não em grego, mas, quase que certamente, em aramaico. Os destinatários de seu Evangelho, são os cristãos de origem judaica, por isso usa de algumas terminologias próprias como “Reino dos Céus” e não Reino de Deus, como os demais evangelistas.

Era apelido de “publicano”, termo carregado de consequências negativas e socialmente relevantes. O desprezo pelos cobradores de impostos, no tempo de Jesus, estava muito enraizado. Os judeus, na época, não pagavam impostos ao seu estado soberano e livre, mas sim aos ocupantes dominadores romanos; na prática, financiavam aqueles que os oprimiam. Por este motivo, o cobrador de impostos era um colaborador detestável. O trabalho de Mateus era realizado em Cafarnaum da Galileia. De cobrador de impostos passa a ser um dos Doze Apóstolos, deixando tudo e convertendo-se ao projeto de Jesus de Nazaré, seguindo os passos de seu Mestre. Seu nome, algumas vezes, foi citado nos Atos dos Apóstolos, já que o anúncio de Cristo foi a sua missão, seguindo fielmente aquilo que disse o salmista: “Os que conhecem o teu nome confiam em ti, pois tu, Senhor, jamais abandonas os que te buscam”. (Sl 9,11)

21 de setembro é também o Dia da Árvore. Comemorado no Brasil neste dia com o objetivo principal de sensibilizar as pessoas a respeito da preservação desse bem tão valioso. Esta data foi escolhida em razão do início da primavera, que começa amanhã (22), aqui no hemisfério Sul. Plantar uma árvore é a missão de todos nós, que habitamos este planeta. Se você não realizou este ato, não deixará as marcas e os frutos de sua semente, já que as árvores que plantamos, são os pilares que sustentam a vida na Terra; e cada árvore plantada é um ato profundo nosso de amor à Mãe Natureza. Como nos alertava o mestre Chico Xavier: “Nenhuma atividade no bem é insignificante… As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes”. Pode ate ser que não colhamos os frutos da árvore que plantamos, mas outros os farão com alegria e lembrarão de você.

Saber valorizar os pequenos gestos, as pequenas coisas na vida, pois a felicidade maior está em vivermos grandes momentos com quem sabe partilhar pequenos instantes. Como Jesus nos alerta no texto do Evangelho escolhido para a nossa reflexão deste 25º Domingo do Tempo Comum: (Lc 16,1-13) O contexto deste evangelho de hoje é o do caminho de Jesus com os seus discípulos rumo à cidade de Jerusalém, sabendo que é lá que a sua missão terá o seu desfecho final com a prisão, morte, ressurreição e ascensão. E nesta caminhada desenvolvida, Ele aproveita para ensinar/instruir os seus discípulos, já que eles serão os continuadores de sua missão. E, para facilitar o entendimento deles, Ele utiliza a linguagem das parábolas. Os mestres tinham o costume de ensinar em forma de parábolas, uma história curta e alegórica em figura de narrativa, muitas vezes fictícia, para transmitir uma lição moral, um ensinamento religioso ou uma verdade sobre a vida. Geralmente funcionava como uma analogia ou comparação, levando o ouvinte ou leitor a refletir sobre o significado mais profundo por trás daquela história.

A parábola da vez é a do “administrador infiel” ou “desonesto”, que parece um paradoxo de Jesus ao destacar o papel de um administrador como modelo, mas no desfecho final, ao fazer uso da literatura sapiencial, Ele muda e facilita o entendimento daquele seu ensinamento: “Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes”. (Lc 16,10) Um chamado direto de Jesus para que seus discípulos fossem fieis às pequenas coisas, pois elas determinam o modo de ser deles diante dos grandes compromissos assumidos com o Reino de Deus, como um projeto a ser desencadeado na construção de uma nova sociedade.

Ao elogiar aquele administrador, que soube tomar atitude prudente, Ele está dizendo para os seus discípulos que o Reino de Deus já chegou e, diante desta realidade, é preciso tomar uma atitude certeira, antes que seja tarde demais; converter-se e viver conforme a mensagem d’Ele. Lembrando que o seguimento da proposta de Jesus requer que assumamos este tripé: testemunho, fidelidade e compromisso. Testemunhar o Ressuscitado que venceu a morte e, vivo está no meio de nós; fidelidade com as causas do Reino que se faz na história, com as ações concretas de todos nós; e estabelecer o compromisso de levar adiante a proposta do Reino, assumindo cada dia, através de gestos simples, humildes e pequenos, fazendo acontecer o Reino de Deus entre nós. Á mensagem central de Jesus hoje para nós, é que é impossível ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes e irresponsáveis nas pequenas. Neste contexto, estamos diante do dilema final: escolher entre o serviço a Deus e o serviço às riquezas e ao poder que tanto atrai, nos tentando a cada dia, nos enchendo de vaidade e orgulho desmedido.