“Me paga um café?”
Fui até o mercado ali na rua Maria Carlota.
A Marisa me deu uma listinha e fui às compras.
O mercado está em fase final de reformas e ampliações .
Está bonito…
Tem uma lanchonete e uma cafeteria, agora.
Encontrei sentado solitário o amigo que sempre me pede ” me paga um café?”.
Pago. Água e café não se nega…
Pergunto se quer comer alguma coisa.
A vitrine tem uma variedade de salgados.
” só preciso de um café…”
Nunca me pediu nada além disso.
Pedi dois cafés.
Sentei me na mesma mesa.
Vã esperança de entabular uma conversa.
Ele veste sempre um surrado terno(acho que foi preto) ,camisa social, gola aberta ,um colete de lã…
Tudo descolorido…
Noto que o sapato tem estilo e idade…amassado!
Não fala…
Sorve o café em goles…
Semiserra os olhos…
Para sentir o prazer do café ou para que eu não faça perguntas?
Deve ter tantos anos quanto eu!
Mas tem cabelos (rs)…
Tem pose!
Mas não fala…
Não se expõe…
Nada sei dele…
Sim ,mora ali no cortiço:
” É onde posso pagar!”
Me disse certa vez e depois calou se…
Tudo que ouvi dele em anos de encontros esporádicos é
” me paga um café?”
Pago…não se recusa um café…
Boa tarde/ noite gente amiga querida…ainda não me acostumei com o frio!
Ontem duas filhas e genros jantaram aqui.
Pizza e extraordinário Malbec argentino…
Muita alegria e bênçãos.
Que as bênçãos sejam estendidas para todos.
Me paga um café?” (THozzi)

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