Sexta feira da Décima Primeira Semana do Tempo Comum. Junho sextando em clima de feriado prolongado, já que no dia de ontem foi o Dia de Corpus Christi e, embora não sendo feriado nacional, em boa parte dos municípios, além de feriado, estabeleceram o ponto facultativo nesta sexta feira, como São Félix do Araguaia, por exemplo. Certo é que, os trabalhadores tem uma pausa em suas atividades trabalhistas e podem assim descansar da labuta diária. Diferente das mulheres que, devido a tripla jornada, cuidando da casa, dos filhos e do “marido”, não tem o seu sossego merecido. Não é à toa que dentro de cada mulher há uma guerreira, conjugando a força e a delicadeza em um só ser. O que seria desta vida não fossem elas?
Uma sexta feira que nos faz pensar numa data muito importante. Comemoramos hoje, o “Dia Mundial do Refugiado”. Esta data objetiva homenagear a coragem e a força das milhões de pessoas que são obrigadas a fugir de suas casas e refugiarem-se em outras localidades para evitar perseguições, calamidades naturais e, principalmente as guerras. Em tempos de genocídio de crianças, mulheres e a população civil de modo geral, em nome da guerra de malucos no poder do estado, precisamos estar atentos à ideia de solidariedade, respeito e acolhida às pessoas refugiadas. Em largo sentido, os refugiados são pessoas que também sofrem perseguições e são forçadas a fugir de seus países, seja por causa de sua etnia, naturalidade, religião, opinião política, grupo social, dentre outros.
Diante deste contexto em que o mundo avança, é preciso que mantenhamos firmes na nossa fé, esperança e amor na pessoa de Jesus de Nazaré, pois Ele é maior do que todas as nossas dificuldades. Nestes momentos de desafios e dificuldades múltiplas, nos inspiremos nas palavras ditas por São Paulo em uma de suas cartas: “Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria”. (2 Tim 1,7) Assim, nos lembramos que a nossa vocação cristã é dom gratuito de participação no projeto de Deus. Quando escolhemos amar de verdade e a gratuidade, escolhemos nos mover contra todo tipo de medo. A escolha por amar é uma escolha livre por conectar-nos com as pessoas, por nos encontrarmos nelas. Só assim alcançaremos a felicidade plena, em sintonia com o Deus da vida.
Estamos todos interligados! Neste ano de 2025, lembramos também que um dos grandes documentos escritos pelo Papa Francisco está completando 10 anos de vida: “Laudato Si” (“Louvado Sejas”). Esta encíclica nos chama à responsabilidade coletiva na preservação do Planeta, uma vez que o texto critica os impactos ambientais e sociais provocados por um sistema econômico marcado pelo consumo e a exploração desenfreada dos recursos naturais. A Laudato Si, publicada em maio de 2015, trata do cuidado com o meio ambiente e com todas as pessoas, bem como de questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra. O subtítulo da encíclica, que ficou bastante conhecido entre nós, fala do “Cuidado com a Casa Comum”, aquela que nos possibilita viver, já que é a mantenedora da nossa subsistência.
Já no campo da liturgia, seguimos refletindo dentro do contexto do “Sermão da Montanha”, que em Mateus, abranges os capítulos de 5 a 7 de seu evangelho. Jesus agora falando com os seus discípulos acerca do cuidado que eles deverão ter, para não deixarem ser contaminados pelos tesouros enganosos deste mundo. O maior tesouro que alguém possui está dentro de si mesmo, no seu coração, pois este, em si, já é um tesouro precioso: “Porque, onde está o teu tesouro, aí estará́ também o teu coração”. (Mt 6,21) Ao sermos criados pelo Deus da amorosidade, ternura e compaixão, fomos agraciados com o valor supremo e fundamental do ser divino e absoluto de Deus, determinando toda a nossa forma de ser e viver neste mundo.
Para o povo semita antigo (arameus, assírios, babilônios, sírios, hebreus, fenícios e caldeus), as principais decisões tomadas na vida, partiam do coração. A Bíblia considera o coração como o centro da personalidade da pessoa. Todas as ações da vida fluem dele, conforme está descrito no Livro de Provérbios: “o que o pensamos, sentimos e realizamos emana do coração. Dessa fonte jorra toda a expressão do nosso ser”. (Prov 4,23) É do coração que procede a fonte da vida. Seguir as determinações essenciais do coração significa que, não existe meio-termo para ninguém: ou seguimos o caminho da sabedoria, que leva para a justiça e a vida, ou caímos na insensatez, que produz injustiça e a morte. O absoluto é Deus! Por isso, devemos fazer a nossa escolha: Deus ou as riquezas? Lembrando que Deus nos leva à liberdade e à vida, através da justiça que gera a partilha e a fraternidade. As riquezas são resultado da opressão e da exploração, levando-nos à escravidão e à morte. Só há uma escolha a fazermos: a qual dos dois queremos servir?
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