Quinta feira da Décima Nona Semana do Tempo Comum. O Tempo Litúrgico é Comum, mas a memória celebrada, é dele, São Maximiliano Maria Kolbe (1894-1941), presbítero e mártir da História da Igreja. Polonês de nascimento, Kolbe pertenceu a Ordem Franciscana (O.F.M. Conv.). O religioso foi preso e enviado para Auschwitz durante a ocupação nazista da Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Sua morte ocorreu de forma trágica em 1941, no campo de extermínio de Auschwitz. Foi executado com uma injeção letal após passar semanas no “bunker da fome”, sem se alimentar. Seguindo o carisma franciscano, se ofereceu para morrer no lugar de um pai de família, Franciszek Gajowniczek, após a fuga de um prisioneiro. Foi beatificação em 17 de outubro de 1971, pelo Papa Paulo VI e canonizado pelo Papa João Paulo II em 10 de outubro de 1982. Pela sua coragem e fé, é considerado pela Igreja como um mártir da caridade.

“Ninguém no mundo pode mudar a verdade. O que podemos fazer é procurá-la e servi-la quando a tenhamos encontrado”, afirmava este missionário franciscano polonês. Verdade esta que também está presente em nosso cotidiano, com a expansão dos tempos pós-modernos. No dia de hoje, 14 de agosto, comemoramos o Dia do Combate à Poluição. Essa data visa sensibilizar as pessoas a procurarem soluções viáveis para esse grave problema ambiental que afeta toda a humanidade. Serve de alerta para todas as esferas da população, sobre o grave problema ambiental que enfrentamos, e buscar medidas para conter a degradação do nosso planeta. A poluição é definida como a degradação física e química do meio ambiente. Segundo a legislação, ela é considerada a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudicam a saúde, a segurança e o bem-estar da população.

Retomando a reflexão bíblica, feita aqui todos os dias, acerca da proposta litúrgica direcionada pelo Lecionário Litúrgico da Igreja Católica, somos desafiados a meditar no exercício sistemático diário do perdão, como forma de integração e libertação ao plano de Deus. Mais uma vez, Jesus falando aos discípulos, mas com foco na comunidade mais ampla (“Discurso Eclesial”), fala da necessidade de mantermos a infinitude do perdão, uma vez que Deus, em pessoa, é Aquele que está sempre pronto a perdoar, mesmo sem o merecimento nosso, desde que busquemos o perdão dos que nos ofendem, ou nos tratam mal, pois da mesma forma que perdoarmos, seremos também perdoados, conforme rezamos todos os dias na Oração do Pai Nosso. Como São Francisco expressou muito bem, em uma de suas canções: “Pois, é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado!” Perdoar, perdoar e perdoar, infindas vezes!

A pergunta de Pedro, direcionada a Jesus, traz em si uma contextualização teológica, mas, sobretudo pedagógica: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” (Mt 18,21) A resposta de Jesus à Pedro diz tudo: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mt 18,22) Reza o ditado popular que “Para um bom entendedor, meia palavra basta”, significando que, uma pessoa inteligente, perspicaz e atenta aos detalhes, não precisa de explicações muito detalhadas ou longas para entender o que está sendo dito ou sugerido. Jesus, com sua sutileza, usa de toda uma pedagogia para que a sua mensagem seja entendida na sua completude. Teologicamente, o perdão está intimamente ligado ao projeto de Deus para os filhos seus. Da mesma forma que o mesmo, está vinculado à dimensão eclesial. Esta compreensão teológica, está alinhada ao pedagógico, uma vez que quando se perdoa, se é perdoado. Além do fato de saber que o perdão dado, beneficia primeiro a quem perdoa e, consequentemente, a quem é perdoado. Quem é capaz de perdoar, sente dentro de si o dom maior da ternura e amorosidade de Deus, que é todo perdão.

“Que poderei retribuir ao Senhor por tudo aquilo que ele me fez?”. (Sl 116,12) Deus que é plenitude de amor, de perdão, de cuidado e acolhida, pede que sejamos em nossas vidas o reflexo desta sua amorosidade, distribuindo o perdão em todas as dimensões. Sem limites para perdoar! Para os que fazem parte do grupo de Jesus, não existem limites para o perdão (“setenta vezes sete”). Fazer parte desta comunidade, recebemos do Pai um perdão sem limites, como Jesus demonstra isto na parábola do credor incompassivo, contada hoje. A vida de quem segue Jesus com fidelidade precisa, portanto, basear-se no amor e na misericórdia, compartilhando entre todos, esse perdão que cada um recebeu como dom de Deus. A força do perdão advém do coração que muito ama! Gosto da compreensão que o líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), tinha acerca do perdão quando dizia: “O fraco jamais perdoa, pois o perdão é uma das características dos fortes”. Mesmo na sua fraqueza, encontra forças para saber perdoar. Quem perdoa se liberta do sofrimento e da angústia do remorso, de trazer dentro de si sentimento de rancor.