Terça feira da Décima Quarta Semana do Tempo Comum. O mês de julho vai aos poucos se configurando. Como estamos em pleno inverno, as temperaturas tendem a ser mais baixas, ate aqui para nós do Araguaia, onde o calor predomina a maior parte do tempo. Esta é também a estação mais seca do ano, com menor incidência de chuvas. Nem nos lembramos da última vez em que ela caiu por aqui. A Lua, na sua fase Crescente, (96% dela visível para nós), a caminho da sua fase Cheia. Apenas dois dias nos separam dela, onde os seus raios luminosos tomam de conta como provocando um lindo espelho refletido no rio. Alguém acertadamente escreveu assim: “A lua é um poema de prata escrito na escuridão da noite”. (Autor anônimo)
Dia 8 de julho. Nesta data, comemoramos o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico. Data esta que foi escolhida para chamar a atenção sobre a produção científica no país e na difusão para a população, das práticas e estudos científicos realizados pelos profissionais da Ciência. No Brasil temos a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que realiza um excelente trabalho para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, que é a base para pesquisadores de todo o território nacional. A Ciência é importante demais para todos nós, contribuindo para o saber e o desenvolvimento da sociedade. O renomado cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) já dizia: “Os benefícios da ciência não são para os cientistas, e sim para humanidade!”
Conhecimento que sobrava em Jesus de Nazaré. Conhecimento das coisas de Deus, em favor dos pequenos, pobres e marginalizados, como podemos ver no texto que a liturgia nos reservou para o dia de hoje. A justiça de Deus sendo feita em favor dos que mais necessitavam. Justiça que não era feita pelas autoridades religiosas do tempo de Jesus. Ele incomoda os fariseus, justamente porque estava a serviço dos pequenos, fazendo-lhes justiça. Diante da atitude de Jesus, fica evidente aquilo que o Livro de Provérbios já denunciava a seu tempo: “Praticar o direito é alegria para o justo e terror para os malfeitores”. (Prov 21,15) Justiça de Deus sendo feita a um homem mudo, possuído pelo demônio. A reação do povo que ali estava, foi imediata: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. (Mt 9,33) Para desespero dos fariseus que viram naquela atitude de Jesus, uma ação do próprio demônio encarnado nele.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados” (Mt 5,6) Justiça para aqueles e aquelas que são inúteis ou incômodos para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime. A justiça de Jesus é libertadora. A justiça do Reino liberta as pessoas para o bom discernimento das coisas (ver) e expulsa da vida delas a alienação (demônio) que impede de entender e dizer a palavra que transforma a realidade. A justiça libertadora, porém, provoca a oposição daqueles que querem apossar-se da salvação, para restringi-la a um pequeno grupo de privilegiados de sua classe social. Bem a cara do atual Congresso Parlamentar Brasileiro.
A ação libertadora de Jesus mostra ao mesmo tempo o lado pedagógico e também teológico de sua atuação messiânica. Pedagógico porque possibilita a pessoa ver a realidade que a cerca, permitindo assim que ela faça por si mesma o discernimento. Teológico porque, sem as forças da opressão que a domina, ela consegue enxergar a ação de Deus em sua vida. Deus é amor, misericórdia e compaixão, no cuidado dos pequeninos. Teologicamente, como Messias, enviado de Deus, Jesus faz ouvir os surdos e falar os mudos, situações que na época, eram atribuídas ao demónio, inimigo mortal das pessoas. Ao assim fazer, Jesus quebra o poder de Satanás. Sem poderem contrapor esta ação libertadora de Jesus, os fariseus atribuem estes feitos ao poder satânico, agido por intermédio de Jesus.
“A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. (Mt 9,27) O Reino de Deus necessita de pessoas que estejam dispostas a construí-lo no hoje da história. Por mais que alguns dentro da Igreja, ainda insistem que estes trabalhadores são os vocacionados (bispos, padres e religiosos/as), na concepção teológica e antropológica do Reino, não é bem assim. Todos e todas são os trabalhadores do Reino. Aliás, fora das cercanias das igrejas, há pessoas mais eficazes e coerentes, que muitos que estão dentro dela, achando-se os escolhidos de Deus, enquanto estes de fora seguem realizando muito mais os desígnios e a vontade de Deus, na edificação de outro mundo possível, onde a solidariedade, a partilha de bens e dons, se fazem mais presentes. Como podemos ver, a tarefa é grande, e necessita de pessoas dispostas a continuar a mesma obra de Jesus. Devemos todos e todas, assumirmos a preocupação de levar a Boa Notícia do Reino ao mundo inteiro, conscientes da necessidade de trabalhadores e trabalhadoras disponíveis para essa missão libertadora de todos os males que afligem os pequenos, pobres e marginalizados. “Perdoa-nos quando por medo ficamos calados diante da morte. Perdoa e destrói os reinos em que a corrupção é a lei mais forte”. (Pai-Nosso dos Mártires)
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