Nossa Senhora das Candeias celebrada em 02 de fevereiro, será sempre reverenciada como marca de lembranças gratas na minha e nas trajetórias de vida de muitos amigos redentoristas.
Na vida cristã, inaugurada no batismo, chamamos de “promessas”, na vida religiosa, dizemos “votos”. Na vida familiar, chamamos de “juramento de fidelidade” e na vida profissional, chamo de “promessas de cuidado”.
Decifrando as palavras “promessa e profissão”, desponta-nos uma super tarefa que tem tudo a ver com nossa MISSÃO DE VIDA, para a qual o Senhor nos chamou e deu as graças necessárias para levar até o fim.
Para salvaguardar nossa fidelidade, com perseverança ao que prometemos com os quatro votos, o segundo mês do ano serve muito bem, quando constatamos ser de alegrias e até exageradas eufóricas populares.
Numa releitura de fé, com olhar de maior interiorização,
Fevereiro mostra-se o mês, na vida religiosa, como a temporada feliz para vencer os egoismos e colocar todos os dons a fim de gerar vida e trazer a alegria.
Essa consciência nos faz pensar que esse mês mostra-se apropriado para as juras do amor que purificam, salvam e abrem horizontes de uma vida mais plena de serviço.
Em busca de maior fidelidade, os quatro votos de pobreza, obediência, castidade e perseverança, ganham extensão na vida laical, se quisermos ficar mais identificados com Jesus, em seu seguimento.
O voto de pobreza, hoje, efetiva-se através da dócil solidariedade com os mais necessitados e a compor amizade com eles, sem esperar nada em troca. Nesse caso, alegria da liberdade e do grato humor com eles, quando a dor não é da fome , nem das doenças na família. Vida contente com o que se tem, posto que partilhar sem ser notado é a melhor parte. Andar com eles e “perder tempo” sem reclamar, se outro dever chamar . Sentir-se em oração por aqueles que nem sabemos quem são, mas há certeza que existem aos milhões nesse mundo desigual.

O voto de obediência como vivência laical é interrogar-se criticamente frente à postura de conduzir-se na tradição dos costumes, acomodado às normas presentes pré-estabelecidas e sem abertura ao novo mandamento, sem se perguntar o porquê do amor que se esconde no movimento do Espírito, com liberdade e compaixão, em momentos não previstos. Ouvir o Espírito de Jesus até na dúvida, confiando no discernimento como resultado de oração pessoal e comunitária. Obediência, aqui, é oração de real relacionamento forte e contínuo com Jesus.

O voto de castidade nos remete ao dogma de Maria concebida sem desvios do coração e do seu corpo para a maior GRAÇA DA REDENÇÃO que é seu filho JESUS. Vida toda voltada para seu Deus fiel que a preparou sem a atmosfera do pecado. Pois ela foi e sempre será Cheia de Graça, porque Deus a predestinou a ser o espelho de nossa possibilidade de alcançar ,de Deus , a limpidez de nossas vidas.
Para nós, castidade tem a ver com toda a dimensão da sexualidade, enquanto reta intenção e ação, pondo todos os nossos desejos, pensamentos, coração e corpo para permanecer no estado de Graça que Maria plenificou em fidelidade.
Para nós, a conquista da transparência da nossa sexualidade, exige revisão, perdão, muita oração e tudo por amor.

Como voto de perseverança, para nós cristãos, se chama também de fortaleza, diante das dificuldades, dúvidas e recaídas no egoísmo, no orgulho, nas posses e injustiças, sobretudo quando sucumbimos. Perseverar é permanecer na verdade. A graça que mais decide o caminho é o que Santo Afonso pregava, mais ou menos, assim:
“Conheça o louco amor de Deus a ponto de nunca desviar-se de sua misericórdia e deixar de responder com mais amor”