PADRE INÁCIO RAPOSO, C.Ss.R. – Missionário Redentorista.

Desde o início da atividade missionária de Santo Afonso, quando
ainda em Nápoli, preparando catequistas para ajudar nas Capelas do
Entardecer, que ele pensou num grupo de missionários que se fizesse
próximo dos pobres. Afonso pensou em pessoas que pudessem ensinar,
dirigir reuniões, presidir momentos de oração, e transmissão do catecismo.
O fundador dos redentoristas tinha um cuidado pastoral, de maneira muito
particular, com os mais distantes. Ele se manteve em constante êxodo, saindo
da periferia da cidade para os campos e as montanhas.
Com São Clemente encontramos, em Varsóvia, 1787, um grupo de
homens e mulheres, jovens estudantes, reunidos em torno de uma ideia muito
interessante: pensar e refletir. O círculo de Viena fez isso! Esta associação
tornou-se a origem dos “Oblatos da Congregação”, com a seguinte
finalidade: ler, promover a vida cristã, desenvolver a prática de fazer retiro,
e praticar a oração mental. A associação de S. Clemente desapareceu e ficou
somente a prática de dar o título de oblato como uma recompensa a amigos
e benfeitores da Congregação.
Embora os oblatos colaboradores em nossa missão tenham
desaparecido, não podemos nunca perder a participação dos leigos em nossa
missão. O Pe. Lasso, quando superior geral da Congregação dizia, em sua
communicanda 4, n. 3: “Desde o princípio a nossa Congregação esteve perto
do povo, principalmente dos pobres e abandonados, e sempre procurou a
colaboração com os leigos em sua obra apostólica”. Estas palavras estão
inspiradas na porta aberta à participação dos leigos na Igreja com a
publicação do Decreto Apostolicam Actuositatem sobre o Apostolado dos
Leigos, do Concílio Vaticano II.
Entre os Século XIX e XX se evidencia a necessidade de uma nova
relação da Igreja com o mundo. Os leigos são os primeiros convidados a
protagonizarem um diálogo nos espaços sociais e culturais. Surge uma nova
era na vida e na missão da Igreja. O leigo é chamado de “coração” da Igreja
no mundo, “coração” do mundo na Igreja.
A Congregação do Santíssimo Redentor carrega consigo uma forte
experiencia com os leigos, em partilhar o carisma, a missão e a
espiritualidade. Desde Afonso, passando por Clemente, que temos
desenvolvidos dinâmicas de participação na espiritualidade, na missão e em
nossas comunidades.
Hoje somos desafiados a não deixar desanimar este processo. Para
tanto precisamos investir tempo e criatividade na formação. A formação dos
missionários leigos redentoristas, deve ser multidisciplinar: tratando sempre
de vários aspectos da vida. A formação precisa ser flexível, satisfazendo as
necessidades dos participantes. Não pode faltar uma atenção para a pessoa
humana.
Os missionários leigos redentoristas devem ser os primeiros
protagonistas de sua formação. Os Redentoristas e os leigos associados
devem tomar as devidas iniciativas e responsabilidades adequadas às
próprias realidades e motivações. E assim seremos fiéis à nossa vocação
cristã e à nossa participação no carisma redentorista.
DE BENFEITORES PARA COLABORADORES NA MISSÃO
Em nossa Vice Província nunca faltaram as motivações e interesses
pela parceria com os leigos. Desde o trabalho paroquial, a presença dos
leigos foi sempre um elementos enriquecedor. De 1943 até 1989 se
valorizava muito oferecer o título de Oblato Redentorista a aqueles que
foram “operários da primeira hora” da missão redentorista no Amazonas.
Desde 1990, com Pe Jackson Damasceno (1º Bispos Auxiliar da
Arquidiocese de Manaus) e Pe Luiz Kirchener (professor de teologia moral
do CENESCH), que fomos despertados para a urgência em ajudar nossos
leigos a passasarem da condição de benfeitores de nossas Obras para o
protagonismo missionário, bebendo da fonte do carisma redentorista.
Fazia-se necessário ajudar nossos Confrades a dedicar esforços para
planejar, partilhar a espiritualidade e o carimã redentorista com os leigos.
Era urgente refletir sobre a importância dos leigos na Congregação, e de
maneira particular, na História da VP de Manaus. Como resultado tivemos
um crescente número de leigos respondendo ao chamado para a missão e
para os ministérios.
Acreditamos hoje que não é possível ser missionário ou missionária
sozinhos. Precisamos de estreitar laços e fortalecer afetos, vivenciando uma
espiritualidade que motiva e constitui associação. Sabemos que de vários
modos a Congregação está vivendo as orientações do XXIII Capítulo Geral,
que dizia: “É a partir desta perspectiva que o Capítulo pede que se continue
a dar passos na formação com os leigos, até se alcançar uma verdadeira
corresponsabilidade na proclamação da Copiosa Redenção (Orientação 7,4).