Nelson Peixoto. É padre casado, diretor de Liturgia da UNESER, escritor, missionário.

Aprendi, apenas no pensamento, muito cedo, mas incorporei, muito tarde, que quando rezo os salmos, a Igreja reza no Espirito Santo que assume a liderança diante do Pai.
Não estamos rezando na imediatez do que sentimos, individualmente, mas ampliando o alcance com os sentimentos e necessidades de outros em suas mais diversas situações, espirituais e corporais.
Assim, a unidade simbiótica e existencial é o fundamento a realizar a Oracão de toda Humanidade que vive, das mais disformes, das leves às pesadas e cruéis maneiras.
Quando rezamos, por exemplo:
“Tende pena e compaixão de mim, ó Deus,
pois há tantos que me calcam sob os pés
e agressores me oprimem todo dia!”

Essa prece sai do coração de muitas, através de nós e por nós também.

“Meus inimigos de contínuo me espezinham,
são numerosos os que lutam contra mim!”

A prece também suspira a confiança de toda a humanidade, quer esteja padecente, grata e feliz.
“Confio em Deus e louvarei sua promessa.
Do meu exílio registrastes cada passo,
em vosso odre recolhestes cada lágrima
e anotastes tudo isso em vosso livro.
Meus inimigos haverão de recuar
em qualquer dia em que eu vos invocar;
tenho certeza: o Senhor está comigo!
É no Senhor que eu confio e nada temo” (Salmo 55 – versão litúrgica do dia 20 de Janeiro)