Terça feira da Décima Terceira Semana do Tempo Comum. O mês de julho vai dando as suas coordenadas, num contexto de temperaturas mais baixas. Com a chegada do inverno, precisamos ter maiores cuidados e atenção com a saúde, devido ao resfriamento do ar, a baixa umidade (ar seco) e a intensificação da poluição pelas condições climáticas (queimadas), dificultando assim a dispersão dos poluentes atmosféricos. Neste período, os demais seres da natureza, passam dificuldades para encontrar os alimentos. Por este motivo, os meus visitantes de sempre, proliferam em meu quintal, atrás do que comer. As jabuticabas foram devoradas por um enxame Pipiras, Sabiás, Quero-Queros… “Olhem os pássaros do céu, eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, o Pai que está no céu os alimenta”. (Mt 6,26)

Uma semana que temos motivos de sobra para comemorar. Foi divulgada a relação das principais universidades do mundo. O Brasil está lá presente com a nossa Universidade de São Paulo (USP). Segundo o “QS World University Ranking”, um dos mais respeitados rankings universitários do mundo, colocou USP no topo das 100 melhores universidades do mundo, subindo 30 posições em relação à última avaliação, quando ocupava a 115ª posição. Ao todo, três mil universidades de 104 países foram analisadas e a USP está posicionada na 85ª colocação, fazendo dela a nova líder da América Latina. De saber que um desclassificado, que passou pelo Ministério da Educação (MEC), afirmara anos atrás que as universidades brasileiras eram uma “balbúrdia” e que seus Câmpus eram utilizados para a plantação de maconha, razão que motivou a sua decisão de corte nos recursos para as universidades e pesquisas. Viva a USP! Viva a comunidade gestora! Viva a comunidade docente e discente da USP!

Depois de celebrar a festa de São Tomé, voltamos hoje os nossos olhos novamente para o evangelista Mateus, que vínhamos refletindo até então. A cena de hoje narrada por este evangelista transcorre no Mar da Galileia ou lago de Genesaré, quando acontece uma grande tempestade no mar, ameaçando a embarcação e colocando em risco a vida de seus ocupantes. Enquanto isso Jesus dormia tranquilamente, para desespero dos discípulos que o acordaram dizendo-lhe: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!”. (Mt 8,25) Mesmo estando ali com eles, os discípulos titubearam na fé, deixando serem tomados pelo medo, numa demonstração clara de fraqueza na fé, como Jesus mesmo assim o constata: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” (Mt 8, 26).

Alguns elementos se destacam nesta narrativa de hoje. Para uma maior compreensão, é bom que façamos aqui um recorte no texto para elucidá-lo de maneira coerente. Se as primeiras comunidades cristãs eram reconhecidas como “aqueles do Caminho”, conforme o relato que vemos no Livro dos Atos dos Apóstolos: Confesso-lhe, porém, uma coisa, eu estou a serviço do Deus de nossos pais, segundo o Caminho, que eles chamam de seita.” (At 24,14); a “barca” era o símbolo da comunidade primitiva. Portanto, a crise que se abatera sobre os discípulos e discípulas de Jesus é a crise que se abate sobre a comunidade em si. São em momentos como estes de crise e dificuldades diante dos obstáculo e desafios que a comunidade cristã (discípulos) mostra se confia ou não na presença de Jesus em seu meio.

É nas maiores adversidades que surgem as grandes oportunidades. Crescer nas adversidades é o caminho para encontrar as grandes possibilidades. As situações críticas servem para medir o grau de consciência e de maturidade da nossa fé. Certamente, ao longo da vida passaremos por diversas situações de tempestades, de mares revoltos, de ameaças às nossas estabilidades. Mas são em momentos como estes que provaremos para nós mesmos o grau de confiança e entrega da nossa fé. Confiar em Deus, confiar em Jesus, não significa que ficaremos isentos de tais tempestades (crises), mas diante delas, sairemos fortalecidos e vencedores, pois a presença dele está em nós.

Deus é a nossa maior fonte de segurança. N’Ele está o nosso refúgio e proteção. Como reza o salmista: “No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra.” (Sl 129-130,5) Uma fé adormecida nos afasta da comunidade e também do seguimento da proposta de Jesus que nos quer atentos e vigilantes. Não podemos permitir que o medo tenha lugar e vez nas nossas vidas e nos impeçam de viver na esperança do Ressuscitado em nós. A fé adormecida é uma fé infantilizada. È hora de acordar dos nossos adormecimentos na fé. No mar revolto da existência, Deus é o Criador de tudo e Senhor da história. No barco da vida, Jesus está conosco. Ele é um de nós. Mesmo que as crises sejam desesperadoras, a comunidade (barca) sabe que pode contar com a presença do Ressuscitado, que não dorme jamais! Como dizia Santa Teresa d’Ávila: “Quem ama faz sempre comunidade; não fica nunca sozinho.”