Entre nosso grupo de ex-seminaristas, há uma justificativa, humorada ou não, de dizer que já assistimos tanta missa que temos um saldo que nos permite faltar aos domingos e dias santos de guarda.
Conta-se que numa aula, um de nossos colegas perguntou para o padre professor Jorge Normando, por que rezamos tantas missas?
A resposta foi uma pergunta e uma afirmação: “o que você queria que a gente rezasse?” “A MISSA É A MELHOR ORAÇÃO”.
Reflitamos, de forma livre e orante, sobre essa pergunta e essa afirmação que se entende quando se dá o coração na fé em Jesus que nos convida ao seguimento.
Como Santo Afonso se posicionou sobre a Missa? O que nos escreveu e inspirou?

MISSA COMO AÇÃO DE GRAÇAS.

1. Agradecemos do fundo de nossa razão e do coração ao Amor Primeiro que o Pai já nos tinha, pessoalmente e infinitamente, antes da criação do mundo.

2. Disse Santo Afonso que a maior gratidão é manifestada na eucaristia, ação de graças que faz memória de toda a obra da redenção, e na qual repetimos o que mandou Jesus que fizéssemos em sua memória, na ceia derradeira daquela quinta-feira santa em diante.

3. A missa é um conjunto bem orquestrado de orações de todos os tipos. Será a melhor oração ou conjunto de preces de gratidão, louvor, de escuta e de resposta ao Pai, através e com Jesus, e por Ele todos os bem-aventurados, destacando-se sua Santa Mãe, venerada e amada com todos os títulos.

4. A plenitude da graça em Maria, revela-se em tantas formas humanas de chamá-la a partir das dores, das alegrias e muito mais de nossa condição humana.

Assim, gratos somos pela linguagem que nos aproximam, mesmo precariamente, como titulos/trilhas que chegam ao Pai e revelam um pouco do seu rosto misericordioso.

Missas demais, comunhão eucarística e comunhão espiritual são tudo para a Copiosa Redenção e nada para medir o tempo que gastamos por mera obrigação.

“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade.”

Para Santo Afonso, a eucaristia era continuada por sua adoração ao Santíssimo Sacramento. Estão aí as visitas, que também rezávamos no seminário, desde o dia primeiro do mês, com a pergunta do que se faz diante do sacrário até o dia 31, quando Afonso pergunta: “Homens, por que fugis da minha presença?”. E prossegue Afonso:
“Compreendamos bem… no sacramento do altar, Jesus se ocupa sem cessar, dia e noite em exercer a nosso favor o caridoso ofício de advogado, oferecendo-se como vítima ao seu Eterno Pai para nos obter Dele misericórdias e graças sem número”.

Por falar em saldo, os devedores somos nós. Éramos insaldáveis que em Jesus zeramos a conta. Com obra redentora na dinâmica do tempo e dos espaços da humanidade, nos libertamos e seguimos na vida com nossas ocupações.

Precisamos estar com o Redentor para anunciar o “missa est” sem fim, enviados a todos que encontrarmos pelo caminho.
“Uma vez Redentorista, sempre Redentorista agradecido!“

Nelson Peixoto, Diretor de Liturgia da UNESER