Domingo de Pentecostes. Dia em que a comunidade cristã, celebra uma de suas principais festas. Enfim, chegamos ao grande dia! Depois de percorrermos uma longa trajetória, estamos diante de um dos mistérios da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espirito Santo. Três pessoas em um só Deus, assim reza o mistério teológico de fé cristã. O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Com Deus Pai e com Deus Filho, É o mistério da Santíssima Trindade: um só Deus em três Pessoas distintas entre si. Esse mistério está no centro de nossa fé cristã. Dele provém toda nossa doutrina revelada. Cada uma das pessoas da Santíssima Trindade possui uma missão. A missão do Espírito Santo é a de conduzir a Igreja. O protagonista de toda a missão eclesial é o Espírito Santo. É Ele que conduz a Igreja pelos caminhos da missão. Esta missão, no decurso da história, continua e desdobra a missão do próprio Cristo, enviado a evangelizar os pobres.
Historicamente, Pentecostes tem origem no Antigo Testamento e era uma das três principais festas judaicas, também chamada de Festa das Semanas ou Festa da Colheita. Ela acontecia cinquenta dias após a Páscoa, e celebrava o fim da colheita do trigo, como forma de gratidão a Deus pelos frutos da terra e pelas bênçãos recebidas. Era também um momento em que os judeus relembravam a entrega da Lei no Sinai, representando uma renovação da aliança com Deus. Entretanto, no Novo Testamento, a Festa de Pentecostes ganha um significado ainda mais profundo, conforme nos descreve o capitulo segundo do Livro dos Atos dos Apóstolos. Ali nos foi dito que, cinquenta dias após a ressurreição de Jesus, o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos reunidos em Jerusalém. Esse evento marca o nascimento da Igreja e o cumprimento da promessa de Jesus. (Cf, At 2,1-4):
“Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os extremos da terra”. (At 1,8) Importante salientar que, com a ascensão de Jesus ao céu, os discípulos não são abandonados à deriva, mas recebem o mesmo Espírito que guiou toda a missão d’Ele. Assim, eles estarão preparados para testemunhar Jesus, continuando o que Ele começou a fazer e ensinar. Essa é a tarefa apostólica de todos os cristãos, que fazem a sua adesão pelo seguimento de Jesus que, através de seu testemunho fiel, as ações concretas, com vistas à construção do Reino, o Ressuscitado continua presente e atuante dentro da história humana.
Falando sobre esta festa, segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), que teve a sua nova publicação em 1992, são sete os dons do Espírito Santo encontrados em sua plenitude em Cristo, mas também presentes em cada um dos batizados, como participação na vida sobrenatural do Ressuscitado. São eles: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus, conforme está descrito no §1845 do Catecismo da Igreja Católica (CIC) Em linhas gerais, o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Com Deus Pai e com Deus Filho, o Deus Espírito Santo é venerado como um único Deus. É o mistério da Santíssima Trindade: um só Deus em três Pessoas distintas entre si. Esse mistério está no centro de nossa fé. Dele provém toda a doutrina revelada.
Nosso bispo Pedro sempre enfatizava que a força e a presença revolucionária do Espirito Santo em nossas vidas tem uma dupla missão: “De um lado, nos leva à oração, à interioridade, à Paz. De outro, ele nos leva à ação, ao compromisso, à luta. O mesmo Espírito, dos dois lados! Nunca nos leva às nuvens, à indiferença, à omissão. Sempre é ‘o Espírito da Verdade’, o ‘o Pai dos Pobres’, ‘o Espírito da Vida’, ‘Ventania e Fogo’”. É importante que compreendamos bem esta tarefa do Espirito atuando em nós, para que não conduzamos o nosso compromisso de fé para a alienação, prática comum daqueles e daquelas que se predem dentro das paredes dos templos, e não encontram o caminho que conduz a ação transformadora da sociedade que todos devemos ter como missão primordial de todo cristão.
No texto do Evangelho que estamos refletindo neste domingo, João narra de forma diferente dos demais evangelistas. Ele não espera passar 50 dias, mas coloca o Ressuscitado no meio de discípulos assustados e temerosos, infundindo sobre eles o Espírito Santo no “primeiro dia da semana”: “Soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”. (Jo 19,22-23) O clima ainda era de assombro, diante do contexto da morte de Jesus de Nazaré. Eles precisavam não somente de paz, mas também de força, coragem e esperança de saber que nada estava perdido, pois o Ressuscitado estava mais do que vivo no meio deles.
Ter fé e acreditar é saber que a última palavra é a de Deus, e ela é vida! Sendo Ele o Deus da amorosidade, quem n’Ele acredita e segue os passos de seu Filho, não pode deixar de ser contaminado por este amor incondicional. O medo é a arma dos covardes que se fecham no seu comodismo e omissão, se negando à ação. Quem tem medo, deixa de testemunhar. É por isso que quem segue a Jesus, não pode deixar ser dominado pelo medo. Neste mesmo sentido, Ele liberta os seus discípulos deste medo, mostrando que o amor doado até à morte, é sinal de vitória e alegria. Assim, somos todos e todas, convidados e convidadas, a continuar a missão de Jesus no mundo, com a força do Espírito Santo em nós. O objetivo principal desta nossa missão é dar continuidade a atividade libertadora d’Ele, construindo entre nós o Reino de Deus. O Espirito Santo nos faz ser contaminados pelo mesmo amor de Deus. Deixemo-nos contaminar por este amor, quiçá na mesma proporção do pensamento de um de nossos maiores escritores: “Caso sinta em si algum afeto, não o sufoque; deixe-se ir com ele”. (Machado de Assis)
Comentários