DIÁCONO ADILSON JOSÉ CUNHA

Há vinte e oito anos foi criada a Uneser.

Os ex-seminaristas, anualmente se encontram, quer presencial quer on line. São ex-alunos dos redentoristas. E a cada encontro acontecido existe a expectativa do próximo, embora tenhamos, dado a pandemia, dois anos sem o mesmo.
Quantos são os que costumeiramente se fazem presentes e quantos são os que não comparecem por diversos motivos!
É um encontro de gerações, dos mais novos com os mais antigos. Poderíamos afirmar que é um momento de matar saudades? É muito mais que isso. Trata-se de sentir o outro, saber do outro que com ele conviveu, o que está fazendo na vida. Saber da sua saúde, conhecer a sua família. É uma socialização de mentalidades, de conhecimentos, de avivamento das ideias alfonsianas, momento de graças.
A cada fotografia que olhamos, nota-se a ausência de alguns. De alguns que vieram e não mais voltaram. Não gostaram do que viram e sentiram? Do que contemplaram? Talvez porque faleceram no decorrer dos tempos?
Jarbas, um rapazote paranaense que residiu no Seminário Santo Afonso e depois no Seminário Santa Terezinha, em Tietê. Faleceu no início da década de setenta, de meningite e, lá foi sepultado. Era um bom menino que ouviu dos companheiros do céu dizer: até você?
Depois dele, foram outros para o Reino Celestial, escutaram o mesmo vozerio: até você?
Do meu curso têm alguns: José Maules da Rocha, Leuze Lucas da Silva e Edélcio Costa Lima. Edélcio de câncer no fígado, Maules de acidente de motocicleta e Leuze, de acidente horripilante: o ônibus em que estava colidiu com caminhão de chapas de ferro e tendo elas escorregado, adentrou o veículo e degolou alguns. E agora, Antônio Afonso de Carvalho, vitima de leucemia. Até você Maules, Leuze, Edélcio, Carvalho? O coral está ficando encorpado.
José Antonio Salgado, que era do mesmo curso deles, residia em Moreira Cesar e gostava de estar no coral da paróquia tocando teclado, faleceu em janeiro de dois mil e oito. Algumas vezes esteve participando dos ENESERs. Também ouviu seus companheiros cantarem: até você?
Sempre estamos escutando nomes de alguns que deixaram esta terra para se juntarem aqueles que estão no Reino dos Céus.
Essa forma de convivência iniciou-se nos idos de noventa e cinco com Chico Mantuanelli, Manuel Hildergado e outros, incentivado pelo Pe. Libardi.
Há quanto tempo Chico chegou ao outro lado do mundo e ouviu as vozes: até vocêêêêê ? Os tempos sem Mantuanelli já são anos passados. Talvez na mesma época do Padre Agenor, que quando cheguei ao Santo Afonso estava indo para o noviciado em Sacramento-MG. Era um menino de ouro, tanto que ouviu sussurrarem aos seus ouvidos: até você? Pugliesi, que chegou a vir algumas vezes ao nosso encontro e, atualmente dá um timbre mais grave às vozes celestes emitidas com vigor.
Eles foram, aos poucos, engrossando o caldo daqueles que cantam. Foi o caso dos padres Matiazzi e Masserani, Carlos Arthur, Luiz Carlos, Negri e Carlos Silva, que abriram espaço para Torati e Carioca, bem como para Gilberto de Aparecida e José de Arimatheia de Lorena, que quando cursamos a faculdade de filosofia na UNISAL, era o secretário. Esquecer o casal testemunho: Antônio Bicarato e Benê, que sempre estiveram presentes em nossos encontros seria um grande lapso. Se aqui na terra encantaram, lá emitem sons ritmados a todos que chegam: até vocêêêêê…! E aquele que quando veio em nosso encontro trazia vinho. Vinho dos bons feito por ele: Milton Pieroni Jr. Falecido em acidente nas imediações de Jumirim, mas era morador da Maristela.
Cantaram para o padre Libardi, que sempre esteve acompanhando a UNESER. Um ser que seduziu a muitos, de fé alegre e esclarecida, cujas idéias se amoldavam às misericórdias de Deus anunciadas por Santo Afonso. Que acolhia a todos de braços abertos. Homem de Deus que trabalhou na formação, nas missões, chegando a ser Superior Provincial. Foi missionário corajoso, e apaixonado por Nossa Senhora. Suas idéias ficaram impressas em alguns livros, nunca fugindo do que pensa o Magistério da Igreja. Ao chegar aos céus encontrou grande grupo de amigos, que com ele conviveu. Foi mais um para cantar: até vocêêêê? Tanto para si como aos outros que chegaram depois, como foi o caso do Claudio Silveira. Auxiliou o grupo a entoar o mesmo cântico para o Mané, aquele que em tempos de seminário foi amigo de todos, desde Tietê, no Seminário Santa Terezinha, até no SRSA, em Aparecida. E na UNESER era aquele que acolhia a todos e estava presente em todos os momentos, tanto no ENESER como no retiro das Pedrinhas. Em todo encontro no SRSA batia à porta o nosso amigo Xisto, um dos mais antigos ex-seminaristas. Mané e todos nós nos encantávamos com sua presença, que apesar da idade era esbelto. Morava entre Aparecida e Roseira, onde mantinha umas rezes e cuidava da família. Hoje está cantando nos céus: ”Até Você”. Ia me esquecendo de José Galvão Laua, ex-seminarista e morador de Aparecida, como preciso deixar as preces por José Strabelli, do mesmo curso do Pe. Agenor e, do Ciro Garcia que governou o SRSA entre os anos 80/81. Era residente em São José dos Campos e atualmente canta com todos: Até Vocêêêêê. E hoje, 05/02/19, deixou esta terra o Pe. Thiago Machado, da Província de Campo Grande-MT. Com apenas quatro anos de ordenado. Nasceu em 21/11/89 e padre em 06/12/14. Até vocêeeee..Não podemos deixar de citar os professos: Pe.Santiago e padre Sergio Furlan. Recebi notícias do Dimanche, Nelson Domingos que também foi cantar lá nos céus. Do Baltazar Custódio Alves, que foi Secretário de Educação em Carmo da Cachoeira-MG. Está também nos céus, Gil Barreto, irmão do Padre Ney e do saudoso Guy Barreto, nos deixa para morar no céu. Todos eles deixaram marcas e saudades. Certamente se uniram, no Reino dos Céus, a todos aqueles que beberam da mesma água jorrada por Afonso,Geraldo Magella, Clemente, Neumann e tantos outros redentoristas que gozam da beatificação divina como é o caso do padre Vitor Coelho de Almeida, a caminho da beatificação. Todos cantam: Até Vocêêêê….sob a maestria do padre Viess.