Prof. Antonio Thozzi. Escritor e enólogo.

Hoje, ontem, anteontem me pus a contemplar a chuva…
E como choveu… inundou rios, derrubou barracos e matou gente…
Gente pobres, evidentemente, que é quem mora em locais de risco!
Ai tem um candidato a presidente que prometeu estudar porque os pobres não deixam a pobreza!
Um palhaço!
Quando eu era menino na Penha chuva era sinônimo de brincadeira!
As lagoas se enchiam, vamos nadar!
Crianças não vêm o perigo!
Morávamos numa rua sem asfalto: Aquilino Vidal.
Juntavamos o Nori,o Calalau, o Carlos Eduardo e eu e construiamos represas!
Pedras, paus, terra…tudo servia: 30 cm de altura, por uns cinco de comprimento e outros tantos de largura!
Nos esbaldavamos na água suja!
Minha mãe ficava furiosa…
Eu tinha que me banhar antes de entrar em casa!
Na água fria…
A última barragem quase terminou em tragédia:
O Nori colocou o irmãozinho dele,o Cacique, quatro anos e frágil sentado no meio da “represa”…
Estouramos a represa…
Cada um por si…
O Cacique virou de bruços, foi arrastado, engoliu água barrenta…
Não morreu porque seu Ernesto ia chegando e o salvou!
O Nori antevendo a surra se mandou…
A mãe, depois de “recuperar” o Cacique, munida de um fio de ferro saiu à caça do Nori!
Foi a última “barragem ” que construímos… a ameaça das mães pairava no ar!
Ainda chove!
Boa noite, gente amiga querida, que tudo esteja bem.
Se aceitam uma sugestão, o tempo está propício pra um vinho mansinho: Merlot ou Carmenere (se o bolso permitir).
Beijos e bênçãos pra todos nós!