Sexta feira da Décima Primeira Semana do Tempo Comum. Aproximamo-nos do final de semana, entrando nos últimos sete dias que nos separam do mês subsequente. No dia de hoje, a Igreja está em festa. O dia de São João é amanhã, mas os festejos acontecem nesta noite que antecede o dia dele. Muitos adornos, comidas típicas e as tradicionais “quadrilhas” juninas, regadas a muito forró. Neste sentido, o nosso Nordeste brasileiro nos dá uma verdadeira aula de como se comemora as festas juninas. Meu sonho um dia passar por já, que não tive esta sorte e privilégio. Como diz a frase de um autor desconhecido: “São João é aquele momento em que a gente pode ser feliz sem medo!”

A festa de São João remonta à Idade Média, onde a Igreja Católica começou a substituir os rituais realizados para deuses pagãos por festas dedicadas aos santos. Esta festa tem origem, portanto, na celebração pagã do solstício de verão, mas recheada com elementos cristãos. Na tradição cristã, São João foi o precursor, responsável por anunciar a vinda de Jesus para salvar a humanidade e renovar todas as coisas. Foi ele quem batizou Jesus no rio Jordão. A festa então ganhou corpo dentro da Igreja Católica, chegando ao Brasil pelos portugueses. Inicialmente esta festa era chamada de “festa joanina”, mas com o passar do tempo e sua maior difusão, passou a ser chamada de Festas Juninas, englobando Santo Antônio e São Pedro.

O dia 23 de junho é um dia importante para os esportistas de modo geral. Neste dia celebra-se, a nível internacional, o “Dia Olímpico”. A comemoração dessa data remete à criação do “Comitê Olímpico Internacional”, que ocorreu no ano de 1894, final do século XIX. Ao celebrar este dia faz-se então referência à criação deste comitê, que construiu as bases sólidas para o desenvolvimento dos jogos olímpicos na idade contemporânea, graças à atuação do francês Pierre de Frédy (1863-1937), mais conhecido como “Barão de Coubertain.” Como nos dizia o escritor paraibano José Lins do Rego (1901-1957): “O espírito olímpico não é o que conduz à vitória por cima de tudo. É o que chega à vitória para engrandecê-la e respeitar a derrota dos que ficam embaixo”.

Os que ficam embaixo são os destinatários primeiros do Reino na inclusão de Jesus. Deus tem uma predileção especial pelos pequenos, pobres e marginalizados. Nosso Deus tem um lado, o lado dos pobres e indefesos. Neste sentido, Jesus foi categórico ao afirmar, através das letras do evangelista Mateus: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu”. (Mt 5,3) Pobres em espírito porque, infelizmente há pobres que mesmo sendo pobres, pensam com a cabeça destes outros. Na compreensão de Jesus, os que buscam a justiça do Reino são os “pobres em espírito”. Sim, porque vivem angustiados e sufocados no seu anseio pelos valores que a sociedade injusta rejeita. Estes pobres de que fala Jesus estão convictos de que eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores podem vigorar, surgindo assim uma nova sociedade.

Uma nova sociedade fundamentada nos valores do Evangelho, que no dia de hoje, Jesus vai nos dar mais uma dica de como viver neste mundo sem apegar as coisas efêmeras deste: “Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. (Mt 6,19-2) O valor fundamental para a vida não são a ganância, a posse execessiva e a apropriação de riquezas. O valor que fundamenta a vida cristã é “Ser” e “viver” com e como Jesus. O valor absoluto é Deus, riqueza maior que podemos ter em nossas vidas.

O que determina a busca dessa riqueza maior que podemos acessar, graças à presença viva de Jesus em nosso meio, é o olhar e o coração de quem busca este Deus. Olhos e corações direcionados para este bem maior. Se o olhar funciona como a luz da alma, o coração armazena os valores que conduzem à vida plena. Conforme o olhar que se tem sobre as coisas é que faz o coração rejubilar em festa pelas coisas de Deus. Um olhar de ternura, amorosidade e compaixão faz com que o coração sinta e vivencie com a mesma dimensão de amorosidade, os reais valores que conduzem à vida em plenitude. “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. (Mt 6,21) Viver a vida tendo o necessário para viver e ser feliz, uma vez que, de maneira geral, as riquezas são resultado da opressão e da exploração, levando as pessoas à escravidão e à morte. Precisamos escolher a qual dos dois nós queremos servir: à Deus ou ao dinheiro? Esta escolha é pessoal, embora que as consequências são para todos.