Dr. Miguel Ângelo Peixoto de Lima. Médico e missionário.

No semáforo da vida, perto de um espaço pra fazer uma conversão na pista e na nossa vida , faz-se um retorno para o nosso íntimo, e vendo tudo, sentimos o pulsar de Deus pela fé.
Deus manda o verdadeiro sinal. E assim, mostra-se o Exaltado, Elevadíssimo, belo e generoso, aquele que protege e é protegido como Eli Gael, nome de raiz irlandesa.
E com a coragem de um guerreiro pai, o Luís Fernando, 25 anos, ama seu filho de 3 anos.
O pequeno com passos, por vezes trôpegos, pelas perninhas em seu diminuto crescimento, ao lado de sue pai.
Refletindo sobre o que vejo, tudo é linguagem, sacramento da presença amorosa de Deus, ao descrevê-los.
Caracterizados de palhaços, rosto pintado, de sorrisos que escondem a dor de serem invisíveis para muitos; com a dor e o sofrimento da desigualdade social, onde a miséria com a fome tornam-se o motivo para que a rua seja um grande picadeiro de sobrevivência.
Iniciam os atos do show de suas vidas, de joelhos, com os faróis dos carros como refletores. E em agradecimento pelas dádivas oriundas dos do corações que transitam naquele espaço, muitas vezes, não chegam a eles. Mas, na certeza que nosso Deus proverá, percorrem, como malabaristas, entre carros , motos , ônibus e caminhões na passarela do asfalto.
O sorriso, no rostinho angelical de Gael, a alegria subsiste, com ou sem receber uma palavra carinhosa ou algo que supra as carências materiais.
A paciência, a resiliência e a persistência são um aprendizado, nem notado por todos . Mas quem tem que ser protegido está sempre de mãos dadas com o corajoso jovem guerreiro, seu pai e o Pai Celeste, que cuida de ambos.
Quando o alimento é provido, os dois sentam-se no altar, a sarjeta, como verdade da “santa ceia” de Jesus.
Repartem o alimento e a bebida sagrada, um manjar dos céus.
Alguns dias atrás, eles me deram o privilégio de conversar, no meio do “picadeiro” ao som da “banda”, que não parava de tocar, barulho de motores de carro, motos e buzinas.
Que início de noite!
Repletos de alegria , os dois “palhaços” encheram meu interior de alegria (função dos palhaços), de motivação e coragem. O acolhido fora eu.
Mas o espetáculo tinha que continuar.
E como afirmado no livro “Soluções de Palhaços “e na tese de mestrado, Projeto “Doutores da alegria” (Morgana Morisset), a frase verdadeira a ser repetida e vivida é essa:
“Um encontro se faz de um gesto ou um simples olhar ou algo a mais . Jamais sairemos desse ENCONTRO da mesma forma que entramos.
Gratidão, pequenininho palhaço dos semáforos!
E que esse momento intenso fique eternizado, onde nenhuma força ou ninguém será * capaz* de apagar!
Com base em texto de Carlos Drumond de Andrade.