O ENESER, Encontro Nacional de Ex-seminaristas Redentoristas, de número 25, cumpriu os objetivos propostos. Havia uma expectativa sobre a presença de maior número de colegas, que estudaram em salas afonsianas, juntamente com familiares  e amigos. Contudo, compreensíveis preocupações, com essa renitente pandemia, impediram outras tantas pessoas de estar no evento prestigiado por cerca de 90 participantes.

Pedro Luiz Dias, Editor (voluntário) do PORTAL UNESER.

Felicidade foi observar que, durante as sessões, havia muita participação pela mídia social com outro significativo número de pessoas acompanhando, atentas, as várias transmissões feitas pelo YouTube, sob direção do Tião “Spielberg” Cortez, num grande esforço de reportagem, como se diz nas redações de jornais, superando problemas de som e imagem.

Mesmo diante desses desafios, o espírito “guerreiro” dos colaboradores da UNESER, superou os percalços e registrou os vários e já memoráveis acontecimentos que resultaram desse ENESER.

Penso que seja válido evidenciar alguns aspectos pelos quais Encontros, como esse, têm sentido para mim e para muitos que investem tempo e dinheiro: os conteúdos do evento.

Além das homenagens, justas, e de ótimas lembranças, destaco 3 aspectos que trouxe comigo:

  1. A reflexão do amigo e apoiador da UNESER, Padre Márcio Fabri dos Anjos, ao citar a filósofa cristã Adela Cortina.
  2. A entusiasmada exposição do Padre Anísio, sobre o status e pesquisas da causa de postulação do nosso Padre Vítor Coelho de Almeida.
  3. E, como momento de muita reflexão, a homilia de Dom Rogério A. das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, cidade onde a UNESER tem a sua sede administrativa.

Congressos, encontros, seminários valem os investimentos, de tempo e dinheiro, quando oferecem oportunidades de alguns aprendizados sobre algo que está acontecendo; quando apresentam correntes de pensamentos e reflexões, como as que foram rapidamente mencionadas pelo nosso Padre Márcio Fabri dos Anjos ao citar Adela Cortina, uma filósofa cristã, de origem espanhola.

 

Adela es como un Don Quijote, como una luchadora incansable que,
 contra viento y marea, anuncia a todo el mundo que merece la pena
que todos luchemos también para llevar una vida más ética,
en definitiva, más buena. No cesa de escribir obras y
dar conferencias para invitar a la reflexión e
intentar que las personas y la sociedad sean un poquito mejores.(*)
 

Por outro lado, a vibrante apresentação do Pe. Anísio Tavares, que representando o Padre Provincial, Marlos Aurélio da Silva, falou sobre a postulação do Servo de Deus, o Padre Vítor Coelho de Almeida.

E, aqui, faço um parêntese… no universo das comunicações brasileiras já tivemos grandes nomes de desbravadoras e talentosas pessoas que, com muitas competências, estabeleceram as bases do que há de mais genuíno na cultura da sociedade nacional, que é a intensidade de se comunicar com criatividade e paixão, gerando cultura e formando as características da “nossa brava gente”.

Destaco, no mundo das comunicações, o célebre Marechal Rondon, o genial Padre Landell de Moura,  nosso determinado cientista, e claro o Padre Vítor Coelho de Almeida, que usava o rádio com todas as suas criatividades e potencialidades.

Sem receio de exagerar, posso dizer que “sou da época do padre Vítor”. Um verdadeiro “influencer” pelas ondas do éter. Criador de muitos bordões que empolgavam multidões e traziam milhares de devotos de Nossa Senhora até a cidade de Aparecida.

O convite do Padre Anísio, para a UNESER divulgar e acompanhar os trabalhos do postulado do Servo de Deus, deve ser priorizado pela entidade, mesmo porque muitos de seus membros “são da época do Padre Vítor” e atuam em múltiplas comunidades, Brasil afora.

Essas localidades precisam saber quem foi esse nosso baluarte das comunicações, um homem simples e grande evangelizador de multidões.

Padre Vítor, além de ser comunicador nato, era um missionário carismático. A rádio Aparecida colocava no ar em ondas curtas, a potência de sua voz e força de sua fé. “Os ponteiros apontam para o infinito”,  quando os sinos badalavam a hora do meio-dia, era um de seus bordões preferidos e que até hoje abre uma transmissão da rádio.

Romeiras e romeiros vinham até a cidade para pagar promessa, beijar o manto de Nossa Senhora e seguramente “ver a voz ao vivo.”

E, por fim, a memorável homilia de Dom Rogério para a UNESER. Certamente, como Pastor Episcopal, a reflexão foi para todos. Contudo, ao agradecer o convite para presidir a celebração, Dom Rogério mencionou o acolhimento que a entidade tem tido no seio da Congregação e sobre a sua identidade com os fundamentos afonsianos.

O Bispo foi muito feliz ao construir uma reflexão genuinamente teológica, pastoral e catequética.  

“Deus nos escuta. Deus é bom.” pregou ele, e que a oração deve ser conduzida entre o acreditar e o confiar.

Por esses três breves destaques, o 25º ENESER cumpriu os objetivos propostos oferecendo dias de celebração, reflexão, missão, além de novas oportunidades futuras.

 

 

 

 

 (*): Adela Cortina, ética – Pensamiento y cultura (estebanlopezgonzalez.com)