Lucas 6,1-2.5: “Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Então alguns fariseus disseram: – Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?… E Jesus acrescentou: – O Filho do Homem é senhor também do sábado”.

Jesus, o sábado era o dia santo do seu povo, porque comemorava o dia em que Deus descansara da criação do mundo. As autoridades religiosas obrigavam o povo a observar o descanso do sábado escrupulosamente, e qualquer desobediência, era pecado grave.

Era um formalismo religioso que manipulava a vida do povo e criava o vício de buscar e criticar os defeitos dos outros. O senhor havia declarado que era ungido pelo Espírito Santo para libertar o ser humano de imposições injustas ou desnecessárias.

Quando declara que é senhor também do sábado, e que o sábado fora feito para o homem e não o homem para o sábado, quer que o direito de viver prevaleça sobre as obrigações das instituições humanas, principalmente quando se trata de salvar e alimentar a vida.

É por isso que nós, cristãos, celebramos o domingo, e não mais o sábado, porque é a memória da sua Ressurreição, o dia da vida que não mais verá a morte. Para nós, cada domingo é um dia pascal de descanso, de convivência e de celebração da sua vida por nós e da nossa vida pelo senhor.

Senhor, hoje muita gente passa fome, não por motivos religiosos, mas pela idolatria do mercado e do lucro.

Converta a nossa sociedade, para que faça da fome uma prioridade essencial, que deve ser atendida antes de todos os outros orçamentos mundiais e locais. Que a celebração da Eucaristia nos comprometa com o mandamento do amor, da fraternidade e da solidariedade, de tal modo que o pão consagrado distribuído nas celebrações seja sempre causa do pão de cada dia partilhado com os pobres.

Virgem Maria, livre-nos da mania de reparar nos defeitos alheios e dê-nos um coração semelhante ao seu, capaz de discernir entre as conveniências humanas e aquilo que realmente agrada a Deus. Amém!

Padre José Ulysses Silva, C.Ss.R.